Prémio LeYa para António Tavares
Júri distingue “O coro dos defuntos”, pela “construção sólida” do romance
Escritor recebeu a notícia “com grande contentamento” e admite ser “um incentivo para continuar”
O escritor António Tavares é o vencedor do Prémio Literário LeYa 2015. O júri, presidido por Manuel Alegre, deliberou por unanimidade distinguir a obra “O coro dos defuntos”. O autor de 55 anos já fora finalista do prémio Leya em 2013 com “As palavras que me deverão guiar um dia”.
António Tavares, que é vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, soube da notícia a meio da manhã de ontem. O escritor contou ao JN que recebeu o anúncio “naturalmente com um enorme contentamento”.
O prémio de 100 mil euros e o reconhecimento do seu talento afiguram-se-lhe gratificantes. “É um grande incentivo para poder continuar”, disse, referindo que já em 2013, quando se viu finalista do prémio, também se sentiu encorajado.
O livro que agora foi premiado – “O coro dos defuntos” – foi escrito no final do ano passado. “É um livro que traduz a visão de uns habitantes de uma pequena aldeia beirã e a leitura que eles fazem do Mundo e do país durante uma altura interessante da nossa História que é o período de 1968 a 1974”, contou-nos António Tavares.
“É um período de grandes transformações internacionais, de grandes avanços na ciência e onde se dá a sucessão de Salazar para a primavera marcelista”, continuou, revelando que o livro explora “como é que uma pequena aldeia com meia dúzia de habitantes isolada do Mundo vê, lê e interpreta essas transformações”.
“Estamos perante um romance que tem uma construção sólida, conduzindo o leitor através de uma escrita que inscreve em paralelo o percurso do país e o do mundo ficcional, sem que um se sobreponha ao outro”, lê-se num comunicado assinado pelo júri. O júri do Prémio LeYa 2015 foi constituído por Manuel Alegre, Nuno Júdice, Pepetela, José Castello, José Carlos Seabra Pereira, Lourenço do Rosário e Rita Chaves.
O Prémio Literário LeYa foi criado em 2008.