Ciência na Escola ruma aos PALOP
Ancorou a Fundação Ilídio Pinho (FIP) na ciência. Porquê?
Toda a minha formação foi orientada para três áreas: produção, organização e tecnologia da produção. Estamos a falar de tecnologia aplicada cuja base é a ciência. Não admito que haja um dia sequer em que eu não me informe sobre ciência.
Seria o rumo natural para a FIP.
Sendo o pilar mestre da minha vida, o que é que eu poderia doar a este país em memória do meu filho? A ciência. Ao serviço do desenvolvimento e da humanização. Não é a sopa dos pobres. Não é por aí que se resolve os problemas, mas criando condições de conhecimento científico para desenvolver o país. Lamento contra a solução da pobreza pela esmola. Eu também a dou, infelizmente, porque a situação é essa.
Mas tem a noção que são necessárias. Nem todos têm os seus instrumentos.
Mas deviam ter. Por que o país não se tem organizado para ter as condi- ções que eu tenho. Quais? Para que os estudantes quando saem das universidades em vez de ficarem à espera de emprego tenham condições para eles próprios criarem emprego.
Para isso era necessário cadeiras de empreendedorismo nas escolas, capital...
Para isso, existe a FIP. Este ano, vai lançar o 13.º prémio Ciência na Escola, ao qual doa 350 mil euros. Vão participar cerca de 120 mil alunos e professores e o objetivo são mil ideias e projetos, que estarão depois num catálogo digital à disposição do tecido empresarial para criar ‘startups’ ou projetos de desenvolvimento dentro de empresas em que a propriedade intelectual é das escolas. A Fundação faz isto, há 14 anos. É o projeto mais importante em curso neste país.
Será sempre essa a linha mestra da Fundação?
É. Portugal sem isto não vai a parte nenhuma. E a minha ambição é que o Governo leve o mais depressa possível este projeto aos PALOP.