Jornal de Notícias

Miúdos pensavam que a mala com morto era tesouro

Loures Cadáver foi encontrado por mero acaso junto a um trilho de terra entre as aldeias de Fontelas e Carcavelos. O caso está a ser investigad­o pela PJ

- Cristiano Pereira * cristiano@jn.pt VALDEMAR PINHEIRO

A PJ ainda não identifico­u o cadáver encontrado numa mala que foi descoberta por mero acaso por dois adolescent­es junto a Fontelas, no concelho de Loures.

A meio da tarde de sábado, dois amigos de 14 anos caminhavam pelo local em busca de uma palete de madeira que lá tinham deixado anteriorme­nte e depararam-se com uma mala de viagem. Um deles, soube ontem o JN junto de habitantes de Fontelas que pediram o anonimato, terá dito ao outro: “Olha, vamos ficar ricos, temos aqui um tesouro!”. Ato contínuo, agarraram na mala e uma das pegas soltou-se.

Um dos rapazes tentou abrir o fecho mas de imediato sentiu um odor nauseabund­o. E nesse mo- mento telefonou imediatame­nte ao pai, que estaria na casa de Fontelas, a cerca de 500 metros, dando-lhe conta do sucedido. Chegado ao local, o pai verificou que se tratava de um cadáver dentro de um saco plástico no interior da mala e chamou de imediato a GNR.

O macabro achado aconteceu junto a um estreito caminho de terra que serpenteia paralelo à Estrada Nacional 539-1, a meio caminho entre Fontelas e a aldeia de Carcavelos, no topo de uma colina, e a es- cassas dezenas de metros da torre de uma turbina eólica.

A mala estaria dissimulad­a por umas pedras a cerca de 15 metros da berma da estrada. Não serão muitos os carros que por ali passam, é uma zona bastante calma. O trilho de terra é ocasionalm­ente utilizado por praticante­s de BTT.

Chegados ao local, os militares da GNR de Bucelas vedaram a zona para tentar preservar os vestígios até à chegada de uma equipa da PJ e dos técnicos do Laboratóri­o de Polícia Científica. O corpo, que pertencerá a um homem adulto, foi removido cerca das 21.30 horas para o Instituto de Medicina Legal e está a ser alvo de exames.

O cadáver não possuía qualquer documento e desconhece-se, para já, qualquer informação sobre a sua identifica­ção. Ontem, o caso era falado pelos moradores de Fontelas e Carcavelos, ainda incrédulos com a descoberta feita a meio caminho entre as duas povoações. Mas todos revelavam uma certa prudência e preferiram não se identifica­r.

Um dos habitantes da aldeia, que preferiu não se identifica­r, lembrou o caso de um idoso de uma povoação próxima, Montemuro, que desaparece­u há cerca de dois anos e não mais foi avistado. O idoso, disse o morador de Fontelas, sofria de alzheimer.

O caso está entregue à PJ de Lisboa, que prossegue as investigaç­ões e espera pelo resultado da autópsia para tentar apurar a identidade da vítima e os contornos do crime.

Dois rapazes caminhavam num trilho de terra, quando viram a mala

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Mala estava dissimulad­a a num local ermo a cerca de 15 metros da EN539-1

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