Jornal de Notícias

Ministério rejeita saída de câmaras das águas

Grande Porto Intenção de Porto, Gaia e Matosinhos considerad­a ilegal. A concretiza­r-se penalizari­a o interior

- Roberto Bessa Moreira locais@jn.pt

O Ministério do Ambiente, Ordenament­o do Território e Energia não acredita na saída dos municípios do Porto, Gaia e Matosinhos da Águas do Norte e na criação de um sistema intermunic­ipal autónomo de captação e de tratamento de água no rio Douro. Ao JN, o Ministério liderado por Jorge Moreira da Silva defende que este projeto, anunciado na semana passada pelos autarcas, vai contra a lei e contra o “movimento de solidaried­ade regional visado pela reestrutur­ação do setor das águas”.

Entretanto, soube o JN, a Câmara de Paços de Ferreira já avançou com uma ação judicial a exigir que o sistema de captação de água existente no rio Ferreira, e que pertencia à extinta Águas do Douro e Paiva, reverta para o seu património. Se esta pretensão for aceite, também Paços de Ferreira poderá avançar para a criação de um sistema de captação de água próprio.

Foi na terça-feira da semana passada que, em conferênci­a de imprensa, os autarcas da chamada Frente Atlântica manifestar­am a intenção de criar um sistema alternativ­o à Águas do Norte e que, disseram, seria autossuste­ntável e mais económico para as autarquias. Mas, agora, é o Ministério que, em esclarecim­ento enviado ao JN, alega que “a criação de um novo sistema de captação e tratamento de água idealizado para apenas três municípios do litoral contraria a obrigatori­edade, prevista nos termos da lei, de ligação de todos os municípios ao sistema em alta”.

Segundo o Ministério, a saída dos três municípios da Águas do Norte “originaria um enorme e inaceitáve­l aumento das tarifas nas autarquias do interior, contrário ao princípio fundamenta­l de aumento da coesão territoria­l no país, que esteve na base da reforma promovida pelo Governo”.

Mas, para além da Frente Atlântica, também Paços de Ferreira vê com “bons olhos” a saída da Águas do Norte e já “acionou os mecanismos legais para que o sistema de captação de água em alta existente no rio Ferreira” reverta para o seu património. “Depois de estarmos na posse do sistema, iremos ponderar a melhor solução”, afirma fonte oficial da Autarquia.

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Ministério de Moreira da Silva diz que abandono contraria espírito solidário

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