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Gregório Duvivier “Os escritores são ladrões de imagens poéticas”

Entrevista O humorista brasileiro, conhecido por protagoniz­ar a série de sucesso d o Youtube “Porta dos Fundos”, vai correr Portugal do Norte ao Sul para apresentar o monólogo “Uma noite na Lua”, de João Falcão, até ao dia 1 de novembro

- Ana Ribeiro cultura@ jn.pt

Humorista , ator, escritor, guionista, cronista e ainda poeta. Gregório Duvivier, de 29 anos, vive, por inteiro, no mundo das artes. Conhecido por protagoniz­ar o “Porta dos Fundos”, o ator está em Portugal para apresentar a peça “Uma noite na Lua”, de João Falcão. São 13 espetáculo­s que compõem a digressão do humorista, que recentemen­te lançou o seu novo livro de crónicas “Caviar é uma ova”, em Lisboa.

Ser filho de artistas foi importante para singrar no mundo do espetáculo?

Quando era pequeno, acompanhav­a muito os meus pais, nas tournées. Eles tocavam juntos e eu admirava muito aquele trabalho. Tinha o sonho de querer ser assim quando crescesse. Sou artista para imitar os meus pais, com certeza.

Quando é que surgiu o teatro na sua vida?

Entrei no teatro aos nove anos. Acho que os meus pais botaram quase como uma terapia de choque. Falaram “o menino precisa curar essa timidez” e botaram no Tablado, que é um teatro tradiciona­l do Rio, muito legal para jovens. Era muito tímido, então podia ser traumático, mas era tão ridículo, que gostei da experiênci­a do ridículo. Passei a perseguir aulas e a tentar a obter o riso depois disso. O teatro é a melhor coisa para a vida, para você aprender a se aceitar, a gostar de si mesmo e a usar os seus defeitos como fonte de riso.

É também autor de livros de poesias e de crónicas. Onde encontra inspiração?

Acho que a poesia e o assunto para as crónicas está no mundo. No Rio, gosto muito de fazer as coisas a pé, porque é uma maneira de estar com os ouvidos e os olhos mais atentos às novidades do mundo. É a partir dessas novidades que você rouba os assuntos. Os escritores são ladrões de imagens poéticas, que na verdade já existem, a gente só tem antenas. É preciso é cultivar nossas antenas, porque são elas que vão captar a poesia do mundo.

Se tivesse que escolher entre a representa­ção e a escrita, qual escolheria?

É muito difícil, porque eu gosto muito das duas coisas, mas acho que ficaria com... É muito difícil [risos]. Acho que com a representa­ção, porque é o que faço há mais tempo e amo muito. E também porque é onde encontro meus amigos, lá na Porta dos Fundos. A escrita é uma tarefa muito árdua e muito solitária. Você escreve sozinho sempre e mesmo as coisas que a gente escreve em grupo,

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