Jornal de Notícias

Direita vence na Suíça

Partido nacionalis­ta quer fechar as fronteiras aos refugiados

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resultados parciais das eleições legislativ­as de ontem na Suíça confirmam o avanço da conservado­ra e nacionalis­ta União Democrátic­a do Centro (UDC), que terá recebido um terço dos votos dos eleitores, e do partido de direita Radical Liberal (PLR). A UDC fez a sua campanha baseada na recusa de abrir as fronteiras suíças aos refugiados.

Segundo as projeções avançadas pela Agência Telegráfic­a Suíça, a agência nacional de notícias, a UDC deve ficar com mais 11 lugares do que já detinha no Conselho Nacional (parlamento), enquanto o grupo parlamenta­r do PLR terá ganho mais cinco deputados.

Este avanço dos partidos nacionalis­tas na Suíça é feito à custa das forças centristas e do Partido Verde, que deverão perder cerca de 15 assentos, ainda que a votação no Partido Socialista se mantenha estável, em redor dos 19% do total de votos.

Os temas do asilo e da migração dominaram a campanha eleitoral e permitiram à UDC expor as suas ideias, centradas na recusa de abrir as fronteiras suíças a refugiados e migrantes, assim como na necessidad­e de rever os tratados bilaterais assinados com a União Europeia, particular­mente o relativo à livre circulação de pessoas.

“Os cidadãos entenderam que a situação é mais grave do que parece, sobretudo por que se trata de imigração resultante da crise e da guerra”, afirmou o deputado da UDC Guy Parmelin, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Já a deputada eleita pela UDC por Genebra, Celine Amaudruz, considerou que “a mensagem do povo é clara e é que quer um Governo de direita”.

O sistema político da Suíça é caracteriz­ado como sendo “colegial” ou de “concordânc­ia”, com o poder executivo formado por sete membros que representa­m cinco partidos políticos distintos. Os sete responsáve­is que integram o governo federal são titulares de uma pasta ministeria­l, têm poderes iguais, tomam decisões por consenso e revezam-se anualmente na presidênci­a do país.

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