Vitória magra mantém leões longe de dragões e águias
Triunfo pela margem mínima alcançado de penálti na sequência de um lance em que Téo Gutiérrez se encontrava fora de jogo
O Sporting venceu, ontem, o Estoril, por 1-0, e consolidou a liderança da Liga, agora com cinco pontos de avanço sobre o F. C. Porto, que viu o jogo adiado devido ao mau tempo na Madeira. O leão entrou em Alvalade aburguesado pela vitória triunfal da Luz e sobreviveu quase toda a primeira parte com esse crédito e a ver o Estoril jogar. O nulo e a exibição do adversário obrigaram-no a mostrar as garras e a descer à terra para lutar pelos três pon- tos. A equipa de Jorge Jesus mereceu o triunfo, embora o lance decisivo tenha sido irregular. Apesar da desvantagem, os canarinhos nunca desistiram e ainda fizeram sofrer o líder nos instantes finais.
Ewerton e Gerson foram os eleitos de Jorge Jesus para suprir as ausências forçadas de Naldo, lesionado, e Adrien, castigado. O Estoril entrou ambicioso, personalizado, atrevido e assustou os locais, convencidos que os louros do triunfo na Luz poderiam render juros. Mas esqueceram-se que o campo de batalha era outro.
Ainda muitos não se haviam sentado e já Gerso lançava o pânico na defesa sportinguista e prometia uma noite complicada a João Pereira.
Fabiano Santos, técnico canarinho, idealizou uma frente ofensiva abrangente, móvel e com Bruno César mais adiantado. A linha defensiva leonina, demasiado preocupada em parar os raides do adversário, mostrava não ter tempo nem competência para assumir o jogo.
O Sporting parecia paralisado e perplexo com a audácia do Estoril, que criou as melhores oportunidades na primeira parte. Rui Patrício amparou a equipa.
Com o chão a fugir-lhe, o Sporting – complicativo, individualista e previsível – tentou solucionar a equação no jogo aéreo. Slimani desempenhou o único lance de verdadeiro perigo, mas a formação afunilava demasiado o jogo e não explorava as alas.
Jorge Jesus terá puxado as orelhas aos jogadores, pois o onze leonino surgiu transfigurado do intervalo. Mais enérgico e com outra rotação nos corredores, o Sporting abriu brechas e descoordenou a barreira contrária. João Pereira foi o primeiro desequilibrador de uma ala direita renascida e que contagiou a equipa. E a muralha estorilista acabaria por cair, num lance em que Téo Gutiérrez acabou derrubado dentro da área. A infração existiu, mas o colombiano ganhou vantagem em posição de fora de jogo. O golo acentuou a confiança do líder, que desperdiçou oportunidades para ampliar a diferença e ainda apanhou um susto perto do fim, mas acabou por segurar os três pontos.