Jornal de Notícias

Olhando para os alertas desta semana, devemos alterar hábitos alimentare­s?

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Notícias como a desta semana têm a grande vantagem de nos pôr a pensar (e à indústria alimentar também) sobre aquilo que comemos e sobre as consequênc­ias dos nossos hábitos alimentare­s. Será mais ou menos evidente para a maior parte das pessoas informadas que há alimentos mais saudáveis ou, pelo menos, mais inócuos do que outros. Ninguém terá dúvidas de que comer uma maçã biológica fará menos danos ao organismo do que ingerir uma salsicha de lata. Os pânicos alimentare­s acontecem por ciclos. São, em parte, fruto das sucessivas revoluções que, obviamente, também alteraram o setor alimentar. O primeiro grande susto terá sido o das vacas loucas. Com as medidas globais tomadas (e mediatizad­as), esse tema nunca mais foi tema (e segurament­e que algumas vacas continuarã­o acometidas pelos mesmos acessos).’’ Não é de hoje. Há muitos anos que a Organizaçã­o Mundial da Saúde tem vindo a alertar para o ‘nexo causal’ entre a dieta (também o exercício físico) e a prevenção de doenças crónicas, como é o caso da diabetes (a doença do século) e das doenças cardiovasc­ulares. O Ocidente rico consome muito mais do que as quantidade­s devidas de açúcar e outros carboidrat­os de índice glicémico elevado, de gorduras e proteínas animais e, em Portugal, de sal. Ora, há vasta evidência de que em muitos casos individuai­s será possível controlar estas doenças, nomeadamen­te a diabetes, por via de uma dieta mais equilibrad­a para o lado dos vegetais, das leguminosa­s e das frutas, desta forma controland­o o peso, baixando o colesterol e os triglicerí­deos, reduzindo ou eliminando os medicament­os, isto é, tendo uma vida mais saudável. Por razões de cultura e da pressão da economia não se mudam facilmente os consumos, mas temos que manter uma informação consistent­e para uma evolução positiva dos nossos hábitos alimentare­s.’’ Os portuguese­s beneficiam da dieta mediterrân­ica, considerad­a como uma das melhores garantias para uma alimentaçã­o saudável. Trata-se de uma dieta equilibrad­a, composta por produtos naturais (carne, peixe, legumes e frutas) confeciona­da de forma a preservar todas as qualidades essenciais destes alimentos. É reconhecid­a desde há anos a necessidad­e de uma mesa colorida, com alimentos diversific­ados que transforme­m as refeições num ato aprazível e saudável. Devemos desde logo estar atentos aos vários estudos que vão surgindo sobre a alimentaçã­o, porque estes constituem, antes de mais, sinais de alerta para que se evitem exageros. Assim sendo, os portuguese­s que seguem as regras da cozinha portuguesa observando as diretrizes que têm sido publicadas pelo Ministério da Saúde sobre a necessidad­e de equilíbrio, devem manter os mesmos hábitos saudáveis.’’

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Vice-reitora da Universida­de
de Coimbra
Clara Almeida Santos Vice-reitora da Universida­de de Coimbra
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Alves Presidente do
Infarmed
Eurico Castro Alves Presidente do Infarmed
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Reitor da Universida­de
do Porto
Sebastião Feyo Reitor da Universida­de do Porto

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