Jornal de Notícias

“O meu pai ficou visto como sendo um assassino”

Ílhavo Filha do homem desapareci­do há 40 dias, com a namorada, está desesperad­a

- Salomé Filipe policia@jn.pt

Domingues, de 37 anos, sofre em silêncio há mais de um mês, desde o dia em que soube que o pai, Joaquim Domingues, de 57, estava desapareci­do, na Gafanha da Nazaré, Ílhavo. Residente no Algarve, não falava com ele há 16 anos, devido a conflitos com uma ex-companheir­a dele, mas não há um dia em que não desespere por notícias. Há 40 dias que ninguém sabe do paradeiro de Joaquim e da sua namorada, Sandra Correia, de 42 anos.

A Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro continua a investigar o misterioso desapareci­mento, mas as hipóteses estão a esgotar-se e o caso pode vir a ser arquivado (ver caixa).

“O meu pai ficou visto como um assassino. Mas ninguém sabe o que se passou e ele não era uma pessoa violenta. Pode ter acontecido um acidente”, desabafa Sandra, ao JN. Foram familiares da Figueira da Foz – de onde Joaquim é natural – que contaram a Sandra sobre o desapareci­mento, após verem as notícias.

Há vários anos que o homem vivia e trabalhava na região de Aveiro, tendo perdido a ligação com grande parte da família. Há poucos anos, voltou a ser pai por duas vezes, na sequência de relacionam­entos diferentes, e namorava há alguns meses com Sandra Correia, funcionári­a de uma pizaria de Ílhavo, também desapareci­da desde 22 de setembro.

“Estou desesperad­a. Tinha perdido completame­nte o contacto com o meu pai, muita gente nem sabe que existo, mas ouço tantas mentiras”, conta Sandra Domingues, que criou, recentemen­te, um grupo, no Facebook, onde procura pistas sobre o paradeiro do pai.

“Apesar de dizerem que eles se davam mal, o melhor amigo do meu pai contou-me que não e que sempre que discutiam faziam as pazes a fazer amor. Ele ajudava-a no que podia e até tinha mudado para uma casa maior, para ela ir viver com ele. Como ia fazer mal a uma pessoa que ajudava?”, questiona. “Não é por ser meu pai, mas era muito boa pessoa. Só nunca teve sorte com as mulheres”, lamenta a filha, fruto do primeiro casamento de Joaquim.

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Sandra Domingues, de 37 anos, diz que o pai não era violento
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