Jornal de Notícias

Cemitérios Venda de flores resiste na véspera do Dia de Finados

À porta do Prado do Repouso há queixas entre expectativ­a

- ANA TEIXEIRA

PORTO Além do caráter religioso do Dia de Todos os Santos (o de Finados é amanhã), os vendedores de flores e velas esperam que hoje, por ser domingo, haja mais procura. Nas flores, desde anteontem que se nota movimento. Hoje, serão mais as velas, embora neste caso o negócio esteja mais em queda.

Anteontem, havia um corrupio de gente no Cemitério do Prado Repouso, no Porto, para limpar as campas, acender velas e colocar flores. Muitos chegavam com os arranjos feitos, outros eram clientes habituais das floristas que durante todo ano vendem à porta do cemitério. A opinião é geral: há mais negócio nesta época graças aqueles que apenas visitam os cemitérios neste dia e compram “mais alguma coisinha”.

José Sardinha ajuda a tia Arlinda Amélia, de 87 anos, a vender flores, uma vez que nestes dias “há mais movimento”. Garantem que o preço das flores está igual ao resto do ano, mas recordam:“Nada se compara a antigament­e, quando tínha- mos que pagar a alguém para ficar três noites a guardar as flores e a cera, que ficavam no exterior da banca”. A flor mais cara continua a ser a rosa (dois euros cada), as margaridas e os crisântemo­s as mais procuradas. Cada molho custava 10 euros. “As pessoas escolhem sempre o mais barato e põem só uns verdinhos à volta” referiu José.

“A cremação tirou grande parte da terra e veio também tirar-nos o negócio”, afirma Zulmira Lima, outra comerciant­e de flores, que sentiu que as vendas baixaram: “Se fosse para o enterro continuava­m a comprar”, referiu.

 ??  ?? Arlinda Amélia tem 87 anos e diz que os tempos mudaram. Os hábitos também
Arlinda Amélia tem 87 anos e diz que os tempos mudaram. Os hábitos também

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal