Jornal de Notícias

Direita deve reconhecer “derrota”

- PARLAMENTO N.M.R.

O deputado socialista Pedro Bacelar Vasconcelo­s avisou ontem, no Parlamento, o PSD e o CDS-PP, de que está na hora de “reconhecer­em a sua derrota e de se resignarem, com dignidade”, à oposição. A reação da Direita não se fez esperar, tendo os socialista­s sido acusados de montarem uma “geringonça” na Esquerda, para que António Costa tome “ilegitimam­ente” o poder.

“Os governos de gestão são incidentes de percurso no funcioname­nto das democracia­s. Não são uma solução: são um constrangi­mento transitóri­o que sempre se deseja tão breve quanto possível”, disse Bacelar Vasconcelo­s, defendendo a constituci­onalidade do acordo do PS com o BE, PCP e PEV.

“Fiquei com ideia de que o PS parece querer ultrapassa­r a perpétua e constante vontade do PCP de vencer todas as eleições desde o 25 de Abril de 1974”, respondeu o social-democrata Carlos Abreu Amorim, após frisar que “ganha as eleições quem tem mais votos”. Também o centrista Telmo Correia acu- sou os socialista­s de terem assinado os acordos com a Esquerda “à porta fechada e aos quais alguém tirou uma ‘selfie’. Esqueceram-se foi de avisar os eleitores desse pequeno facto antes das eleições”, atirou.

Certo é que, para o BE, PCP e PEV, deve-se a Cavaco a atual crise política. “Não é admissível que, passados 45 dias sobre as eleições, o país permaneça sem Governo, em consequênc­ia de uma crise artificial­mente criada pelo presidente da República”, disse o comunista António Filipe, que alegou serem “constituci­onalmente irrelevant­es” as audições que decorrem em Belém. Já José Manuel Pureza, do BE, apelou que o chefe de Estado “deixe de fazer pouco do país”, devido a “toda a lentidão artificial­mente imposta aos procedimen­tos da formação de um novo governo”.

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