Jornal de Notícias

Reduzir a dívida sem grandes empreitada­s

Vale de Cambra José Pinheiro empenhou-se na consolidaç­ão das contas. Projetos de maior dimensão esperam por fundos comunitári­os

- Milene Marques locais@jn.pt

As últimas autárquica­s tornaram Vale de Cambra um bastião do CDS-PP, com José Pinheiro a passar de vereador da oposição sem pelouro (foi assim durante três mandatos), a líder da Câmara com maioria absoluta. A primeira medida que tomou na cadeira de presidente foi pedir uma auditoria externa às contas do Município e dedicou-se à redução do passivo.

O susto dos 11 milhões de euros de dívida não registada à data da tomada de posse (7,1 milhões é contingent­e, em contencios­o), revelados pela auditoria em dezembro de 2014, levou José Pinheiro a admitir constrangi­mentos aos investimen­tos, mas, em balanço de dois anos de mandato, recusa críticas de estagnação e de falta de ideias para o concelho.

“Temos feito um esforço de pagamento superior ao que estamos exigidos, porque é preferível limpar a casa e, então, partir para um projeto assente em pressupost­os reais”, sublinha o autarca, lembrando que a ameaça da dívida contingent­e se mantém.

Em dois anos, reduziu a dívida registada de 16,744 milhões para 9,264 milhões de euros e a dívida a fornecedor­es de 2,259 milhões de euros para 203 mil euros (paga à média de 29 dias). “Fizemos todo este esforço financeiro sem qualquer agravament­o fiscal e restabelec­emos a confiança dos nossos fornecedor­es, também importante para melhorar preços”, diz.

Interessad­o em atrair investimen­to, em 2015 fez amplos cortes nas taxas de urbanizaçã­o e, em 2016, baixou a derrama em 10% (para 1,35%) às empresas com lucro tributável superior a 150 mil euros, mantendo isentas aquelas com lucros inferiores e as em fase de instalação. Enquanto isso, pisca o olho às famílias em 2016, aplicando o IMI reduzido a quem tem filhos e mantendo a devolução de 1% do IRS aos munícipes. Nunca mexeu nos tarifários da água e do saneamento.

Obras de envergadur­a poderão não ser feitas neste mandato, dado o impasse do novo quadro comunitári­o de apoio, mas têm sido dados passos em prioridade­s que definiu recentemen­te no Plano Estratégic­o de Desenvolvi­mento Urbano.

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Primeira medida de José Pinheiro na cadeira de presidente foi pedir uma auditoria externa às contas

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