A morte não leva a lenda de Lomu
Nova Zelândia Primeira grande estrela planetária do râguebi falece aos 40 anos. Herói dos All Blacks derrubado por ataque cardíaco
O campeão neozelandês Jonah Lomu morreu, ontem, em Auckland. O lendário jogador dos All Blacks tinha 40 anos. Depois de se bater durante vários anos com uma doença renal, sucumbiu a uma crise cardíaca. Primeira estrela planetária do râguebi, Lomu era o correcordista de ensaios em Mundiais (15, façanha só igualada em outubro último pelo sul-africano Brian Habana). Foi o mais jovem All Blacks de sempre, com 19 anos e 45 dias. E logo se tornou um herói global. E também uma estrela de markting, a quem o râguebi deve o salto para a profissionalização.
O Mundial de 1995, que o anunciou ao planeta, foi, também, o da primeira desilusão pessoal. Logo a seguir à competição, os médicos diagnosticaram-lhe uma síndrome nefrótica (disfunção renal). Apesar da doença, o bom gigante neozelandês de 1,96 metros e 120 kg, que corria os 100 metros em 10,8 segundos, ainda foi ao Mundial de 1999, durante o qual fez oito ensaios, até à eliminação dos All Blacks nos quartos, às mãos da França.
Em maio de 2003, aos 27 anos, Jonah foi submetido a tratamentos de diálise e teve de renunciar ao Mundial da Austrália. Um ano depois fez um transplante renal de alto risco. Mesmo assim, “Big Jonah” voltou aos campos, em dezembro de 2005, 28 meses após a operação. Foi jogar para o País de Gales, pelos Cardiff Blues. Em 2009, rumou ao Marselha, da 3.ª liga francesa, onde fez os últimos ensaios. O símbolo mundial do râguebi não podia mais evitar o final da carreira. Já retirado, em 2011, foi hospitalizado e esteve à beira da morte, poucos dias após ter sido a vedeta da cerimónia de abertura do Mundial da Nova Zelândia. Precisamente, por estes dias, Lomu tinha voltado à Auckland natal, após ter estado em campanha de promoção do râguebi no Mundial da Grã-Bretanha, ganho pelos All Blacks.