GNR alerta para riscos da falta de planeamento
Emigrantes Operação de boas-vindas na fronteira de Vilar Formoso, ontem atravessada por 15 mil carros
Numa operação de boas-vindas aos emigrantes, que este fim de semana regressam de férias a Portugal, a GNR está mobilizada até hoje junto às fronteiras portuguesas. A ação serve também para relembrar conselhos de segurança rodoviária.
Ontem, na fronteira de Vilar Formoso, as avarias verificadas nos carros dos emigrantes eram das maiores preocupações da GNR. “Nota-se que há alguma falta de planeamento das viagens, talvez por causa da pressa que os emi- grantes têm em regressar”, referiu ontem em Vilar Formoso o capitão Óscar Capelo, do Destacamento de Trânsito da GNR da Guarda. “Num dos carros avariados, demos conta que, no interior, estava uma criança, debaixo do calor que se tem feito sentir”, relatou o oficial, que levou o menor para dentro de uma viatura da GNR com ar condicionado.
A GNR estima que, ao longo do dia de ontem, cerca de 15 mil carros, com famílias de emigrantes, tenham atravessado a fronteira de Vilar Formoso.
Assim que os emigrantes dei- xam o território espanhol e, aproveitando a lentidão do trânsito, apontam os telemóveis em direção à placa que anuncia: “Portugal”. É também onde tiram selfies. Há quem seja mais emotivo, como recorda Óscar Capelo: “Um emigrante jovem passou a fronteira e saiu do carro. Benzeu-se, ajoelhou-se e depois perguntou-nos: ‘Posso mandar aqui um berro?’” A GNR nada teve a opor.
“O que lhes dizemos é para não se deixarem levar pelas emoções e que não baixem a guarda na condução quando entram em Portugal. A viagem só termina quando chegarem a casa”, adverte o oficial.
“Graças a Deus, já cá estamos”, desabafa Nuno Dias, de 35 anos, natural de Tábua, Oliveira do Hospital, assim que é mandado parar pelo cabo Luís Costa, que lhe entregou um desdobrável com conselhos de segurança, no qual se inclui a importância de fazer pausas de duas em duas horas.
Num outro carro, Joana Gonçalves viaja no banco de trás e exibe pela janela a bandeira portuguesa. É a mãe, Maria Alcina, em França há 15 anos, que explica: “Esta bandeira vem sempre. Por causa da saudade do nosso país”.