Jornal de Notícias

GNR punido por se vingar do ex-chefe

- Roberto Bessa Moreira justica@jn.pt ALEXANDRE PANDA NUNO MIGUEL MAIA

Um cabo da GNR foi condenado a cinco anos de prisão, com pena suspensa pelo mesmo período, por emitir falsas multas de trânsito ao seu antigo comandante e aos treinadore­s da equipa de futebol na qual o filho jogava. Segundo os juízes do Tribunal de Penafiel, que proibiram ainda o militar de exercer funções durante dois anos e quatro meses, Armindo Miranda delineou um plano para se vingar dos processos movidos pelo superior hierárquic­o e dos treinadore­s que não colocavam o descendent­e a jogar na equipa de futebol.

No acórdão, consultado pelo JN, os magistrado­s alegam que “Armindo Miranda agiu com grave violação dos deveres inerentes às suas funções” e motivado por “sentimento­s mesquinhos e de vingança”. “Revela indignidad­e para o exercício do cargo de guarda”, concluem.

Este caso remonta ao ano de 2013, quando Alfredo Abílio Fernando, antigo comandante no posto da GNR de Penafiel, foi multado em 120 euros alegadamen­te por, ao volante da sua viatura, não dar prioridade a um peão que, garantia o auto de contraorde­nação, se preparava para atravessar a rua na passadeira.

Na mesma altura, os treinadore­s da equipa de sub-15 do F. C. Penafiel receberam em casa multas por estacionam­ento proibido e circulação sem cinto de segurança. O pai de um jogador que disputava o lu- gar na equipa inicial com o filho do militar também foi multado por conduzir enquanto falava ao telemóvel e desobedece­r ao sinal de paragem. Porém, durante o julgamento que agora terminou, ficou provado que nenhum dos condutores multados usava o carro no dia e local indicado nos autos de contraorde­nação.

Ou seja, foi o guarda de 42 anos quem inventou as infrações rodoviária­s e emitiu os respetivos autos com objetivo de vingança.

Este processo envolvia ainda um segundo arguido. Hugo Almeida era, à data dos acontecime­ntos, guarda provisório e colega de Armindo Miranda no posto da GNR do Marco de Canaveses. E também assinou os falsos autos de contraorde­nação. Mas os juízes acreditara­m na versão que este apresentou no julgamento, na qual garantiu que apenas fez o que lhe foi ordenado pelos colegas mais velhos. Acabou absolvido. preparado ao pormenor, com um carro furtado em Vila Nova de Gaia precisamen­te para o efeito. Pouco passava das oito horas de 8 de fevereiro quando os ladrões saltaram a vedação da residência, situada entre o Campo Alegre e a Avenida da Boavista, onde surpreende­ram os proprietár­ios e um empregado. Sob a ameaça de armas, foram fechados num quarto. Abriram um cofre, levaram mil francos suíços, 700 dólares e cerca de 100 euros. O sequestro das três vítimas durou meia hora. Só que um vizinho detetou a intrusão e chamou a PSP.

Surpreendi­dos com a intervençã­o tão rápida, os três assaltante­s ainda efetuaram alguns disparos. Fugiram a pé pelas traseiras da propriedad­e, levando aqueles valores em numerário que totalizara­m cerca de dois mil euros. Naquele dia, agentes da Unidade Especial de Polícia andaram armados no encalço dos criminosos, mas sem sucesso. Escaparam por jardins e quintais.

 ??  ?? Cabo inventou contraorde­nação cometida pelo comandante da GNR de Penafiel
Cabo inventou contraorde­nação cometida pelo comandante da GNR de Penafiel

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal