Jornal de Notícias

Empresa fechada por desavença entre ex-casal

Fábrica tem sido campo de batalha entre os dois

- Salomé Filipe locais@jn.pt

Vítor Alves contratou seguranças privados para estarem à porta da empresa da qual é proprietár­io há 20 anos, em S.João de Ver, Santa Maria da Feira. Tudo para que Maria José, sua ex-mulher, não entre nas instalaçõe­s da fábrica de caixilhari­a, da qual Vítor diz ter sido afastado indevidame­nte durante quase três meses. Agora que voltou, após o tribunal lhe ter retirado a pulseira eletrónica que o impedia de se aproximar do local – no âmbito de um processo de violência doméstica –, fechou a empresa para uma auditoria.

A guerra entre o casal começou em dezembro, quando Vítor pediu o divórcio. “Cedi à Maria José cerca de 3% do capital social da empresa. A partir daí, fez-me a vida num inferno. Uma vez, para não descarrega­r nela, porque nunca lhe toquei, mandei o empilhador contra o carro dela”, recorda o empresário. Maria José apresentou queixa por violência doméstica e o episódio do empilhador valeu a Vítor ter sido constituíd­o arguido. Como medida de coação ficou com pulseira eletrónica, impedido de se aproximar da vítima. E como Maria José declarou que o seu local de residência era a empresa, Vítor ficou igualmente proibido de se aproximar da “Imãos Alves”.

De acordo com informação avançada pela advogada do empresário, o tribunal veio a entender que “a vítima não tem medo do agressor” e alterou as medidas de coação. A 12 de julho, Vítor pôde finalmente regressar à empresa da qual é sócio maioritári­o e gerente. “Ela não me deixava entrar e trocava fechaduras. Deu-me cabo da vida. Deu cabo de tudo. Por isso recorri à segurança privada. Ela já foi despedida do posto de trabalho. Mantém-se apenas como sócia e só poderá cá entrar quando for convocada para uma assembleia”, diz.

Os cinco funcionári­os da fábrica foram mandados dois dias para casa. Há uma auditoria a correr. Amanhã, o negócio deverá reabrir. “Criei esta empresa e espero conseguir mantê-la. Quanto à Maria José, vamos avançar com processos”, garante Vítor. O JN tentou, sem êxito, contactar a mulher.

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“Irmãos Alves” têm tido seguranças à porta e até a GNR já foi chamada
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Vítor voltou à fábrica após três meses

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