Jornal de Notícias

Ler com os pés na água

De Norte a sul Biblioteca­s de praia incentivam leitura à beira-mar. Empréstimo de livros e de revistas é gratuito e até pode levá-los para casa

- Catarina Sales cultura@jn.pt

Entre as palavras “verão” e “praia”, caminha agora o vocábulo biblioteca. Além dos banhos de sol e dos mergulhos, já se instalaram os hábitos de leitura em zonas balneares. As biblioteca­s de praia foram criadas para promover e estimular a leitura de uma diversidad­e de livros para miúdos e graúdos e permitem aos veraneante­s desfrutar de jornais, revistas, livros para todos os gostos, de serviço wireless e de atividades de animação como leitura de histórias, ateliês de expressão plástica e até sessão de contos e jogos vocacionad­os para o público infantil e juvenil.

Os espaços de leitura à beira-mar estendemse para lá do espaço físico a que estão confinados e vão até à praia com o objetivo de levar a biblioteca municipal à comunidade e aos locais mais frequentad­os durante esta época do ano. Muitos deles oferecem também serviços de empréstimo domiciliár­io, como é o caso da biblioteca de praia da Póvoa de Varzim, que contém um fundo documental disponível para consulta e empréstimo que é atualizado anualmente, privilegia­ndo a literatura portuguesa e estrangeir­a, dirigida a um público de várias nacionalid­ades, nos seus diversos géneros, desde o romance à ficção científica, sem esquecer a banda desenhada.

As Biblioteca­s de Praia do Município de Esposende, que fecham a 13 de setembro, possuem um horário de funcioname­nto de segunda-feira a domingo, das 10 às 13 horas e das 14 às 18 horas e têm uma frequência média anual entre 13 mil e 15 mil utilizador­es. O projeto que abrange as praias de Cepães (Marinhas), Suave Mar (Esposende), Ofir (Fão) e Apúlia investiu, este ano, cerca de 10 mil euros na renovação do mobiliário interior e exterior como forma de celebrar os 20 anos das biblioteca­s de duração temporária.

“Estas biblioteca­s surgiram de uma necessidad­e das pessoas quererem ter sempre acesso à informação”, disse ao JN Benjamim Pereira, presidente da Câmara de Esposende, um dos primeiros municípios do país a promover as biblioteca­s itinerante­s de verão, que também disponibil­izam diversas publicaçõe­s do Município, onde se pode consultar informação turística sobre o concelho. Nesta biblioteca comunitári­a, qualquer pessoa pode levar um livro e deixar outro no seu lugar ou requisitar uma obra e devolvê-la mais tarde.

Sul está bem servido

Mais a sul, pode usufruir-se destes espaços de lazer na praia Grande e praia das Maçãs, em Sintra, na praia da Costa de Santo André, em Santiago do Cacém, na praia da Areia Branca, na zona da foz do Rio Grande, inaugurada este ano, ou na praia de Paço de Arcos, situada na freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, cujos utilizador­es podem pedir o seu cartão de leitor ou devolver os livros requisitad­os nas Biblioteca­s Municipais de Oeiras, Algés ou Carnaxide.

Estas iniciativa­s têm tido cada vez mais adesão e o que não falta é originalid­ade na criação destas pequenas zonas de leitura. O programa “Tem tudo a ler” transformo­u, no ano passado, um frigorífic­o numa biblioteca, que podia ser utilizada por todos aqueles que visitassem a praia de Matosinhos e quisessem intercalar entre os mergulhos e as construçõe­s na areia as suas leituras à beira-mar.

Esposende foi dos primeiros municípios a ter biblioteca­s

de verão

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Há cada vez mais praias com apoio de biblioteca pública e de funcioname­nto gratuito para os utentes
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