Ler com os pés na água
De Norte a sul Bibliotecas de praia incentivam leitura à beira-mar. Empréstimo de livros e de revistas é gratuito e até pode levá-los para casa
Entre as palavras “verão” e “praia”, caminha agora o vocábulo biblioteca. Além dos banhos de sol e dos mergulhos, já se instalaram os hábitos de leitura em zonas balneares. As bibliotecas de praia foram criadas para promover e estimular a leitura de uma diversidade de livros para miúdos e graúdos e permitem aos veraneantes desfrutar de jornais, revistas, livros para todos os gostos, de serviço wireless e de atividades de animação como leitura de histórias, ateliês de expressão plástica e até sessão de contos e jogos vocacionados para o público infantil e juvenil.
Os espaços de leitura à beira-mar estendemse para lá do espaço físico a que estão confinados e vão até à praia com o objetivo de levar a biblioteca municipal à comunidade e aos locais mais frequentados durante esta época do ano. Muitos deles oferecem também serviços de empréstimo domiciliário, como é o caso da biblioteca de praia da Póvoa de Varzim, que contém um fundo documental disponível para consulta e empréstimo que é atualizado anualmente, privilegiando a literatura portuguesa e estrangeira, dirigida a um público de várias nacionalidades, nos seus diversos géneros, desde o romance à ficção científica, sem esquecer a banda desenhada.
As Bibliotecas de Praia do Município de Esposende, que fecham a 13 de setembro, possuem um horário de funcionamento de segunda-feira a domingo, das 10 às 13 horas e das 14 às 18 horas e têm uma frequência média anual entre 13 mil e 15 mil utilizadores. O projeto que abrange as praias de Cepães (Marinhas), Suave Mar (Esposende), Ofir (Fão) e Apúlia investiu, este ano, cerca de 10 mil euros na renovação do mobiliário interior e exterior como forma de celebrar os 20 anos das bibliotecas de duração temporária.
“Estas bibliotecas surgiram de uma necessidade das pessoas quererem ter sempre acesso à informação”, disse ao JN Benjamim Pereira, presidente da Câmara de Esposende, um dos primeiros municípios do país a promover as bibliotecas itinerantes de verão, que também disponibilizam diversas publicações do Município, onde se pode consultar informação turística sobre o concelho. Nesta biblioteca comunitária, qualquer pessoa pode levar um livro e deixar outro no seu lugar ou requisitar uma obra e devolvê-la mais tarde.
Sul está bem servido
Mais a sul, pode usufruir-se destes espaços de lazer na praia Grande e praia das Maçãs, em Sintra, na praia da Costa de Santo André, em Santiago do Cacém, na praia da Areia Branca, na zona da foz do Rio Grande, inaugurada este ano, ou na praia de Paço de Arcos, situada na freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, cujos utilizadores podem pedir o seu cartão de leitor ou devolver os livros requisitados nas Bibliotecas Municipais de Oeiras, Algés ou Carnaxide.
Estas iniciativas têm tido cada vez mais adesão e o que não falta é originalidade na criação destas pequenas zonas de leitura. O programa “Tem tudo a ler” transformou, no ano passado, um frigorífico numa biblioteca, que podia ser utilizada por todos aqueles que visitassem a praia de Matosinhos e quisessem intercalar entre os mergulhos e as construções na areia as suas leituras à beira-mar.
Esposende foi dos primeiros municípios a ter bibliotecas
de verão