Jornal de Notícias

Pescadores querem “tolerância” na carta por pontos

Mar Se não houver acordo na reunião de hoje com Ministério, greve pode avançar

- Ana Trocado Marques sociedade@jn.pt

Os pescadores querem tolerância na aplicação de contraorde­nações graves que, a partir de março, se converterã­o em pontos. A aplicação da carta por pontos ao setor da pesca vai ser hoje debatida numa reunião entre os homens do mar e o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário. Se não houver acordo, pode haver greve.

“O problema é mesmo o que se consideram contraorde­nações graves. Não pode ser qualquer multa a dar pontos. Em França e em Espanha, o sistema já está em vigor e não há problemas”, afirma o presidente da Associação PróMaior Segurança dos Homens do Mar, José Festas, que irá representa­r o setor na reunião. “Se der pontos por tudo e por nada, daqui a pouco não temos mestres, nem barcos no mar”, frisa.

A “carta por pontos” na pesca é uma exigência da União Europeia e Portugal é o único país onde não está em vigor. Bruxelas ameaçou congelar os fundos do “Mar 2020”. O Ministério do Mar criou um grupo de trabalho e o decreto-lei foi publicado na passada terça-feira, mas os homens do mar têm várias discordânc­ias. Na semana passada, esteve iminente uma greve, travada à última hora pela reunião convocada pelo Ministério.

Na prática, a lei manteve quase todas as regras contestada­s pelos pescadores: os pontos imputados à licença de pesca do barco e não apenas ao infrator (como acontece nos automóveis); o trânsito de pontos em caso de venda do barco; e a perda da licença de pesca do barco, somados 90 pontos. A única alteração que foi de encontro às exigências dos homens do mar é o facto de, ao fim de três anos, sem nova infração grave, serem anulados os pontos da licença de pesca.

Agora, os pescadores vão a Lisboa exigir “tolerância”. Já sem esperança em que haja mudanças na lei, esperam que nas capitanias haja “bom senso” para não aplicar multas “por tudo e por nada”.

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Infrações podem custar suspensão da atividade temporária ou definitiva­mente

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