Portugueses são dos que gastam mais com saúde na Europa
As despesas com saúde das famílias portuguesas estão entre as mais elevadas da União Europeia, tendo representado 27,6% do produto interno bruto (PIB) em 2015. Essa é a conclusão a que chegou um estudo, que será apresentado amanhã no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Lisboa .
Segundo o Health System Reviews (HIT), que compara sistemas de saúde a nível internacional, aumentou a procura por seguros, o que afeta a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. O HIT revela ainda que, nos últimos 40 anos, Portugal fez “progressos significativos” na redução da mortalidade e no aumento da esperança média de vida à nascença: em 2014, a esperança de vida era de 81,3 anos, um pouco superior à da União Europeia (UE), que registava 80,9 anos.
Contudo, o estudo, coordenado em Portugal por Jorge Simões, aponta que as estimativas da esperança de vida são bastante diferentes entre homens e mulheres: as mulheres portuguesas vivem em média mais 6,4 anos do que os homens, valor também superior, quando comparado com os 5,5 anos contabilizados na UE.
Por outro lado, as mulheres são mais afetadas por perturbações músculo-esqueléticas, depressão e obesidade. Além disso, têm mais propensão para baixas médicas e para sofrerem de dor lombar crónica, conclui o HIT, que será apresentado numa sessão que contará com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo. No que toca à mortalidade infantil, o estudo indica que Portugal tem uma média inferior à UE: 2,9 óbitos em cada cem mil nados-vivos contra 3,7 óbitos na Europa.