Jornal de Notícias

Fernando Gomes renova confiança um ano após o Euro

- R.F.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol recordou ao JN como viveu o momento maior da seleção, lembrou os feitos de outras equipas e projetou o futuro, que, no presente, passa por estar no Mundial de 2018.

A conquista do Europeu, há um ano, ultrapasso­u todas as expectativ­as relativame­nte ao que tinha projetado para os seus mandatos? O título europeu de 2016 surgiu quatro anos depois da presença na meia-final do Euro 2012, em que só caímos nos penáltis frente à Espanha, que viria a ser campeã. O recente terceiro lugar na Confederaç­ões voltou a mostrar que temos uma seleção de topo a nível mundial, capaz de se bater com as melhores do mundo. Mas não é só a seleção A. Fomos campeões europeus de sub-17 no ano passado. Os nossos sub-19 estão nas meias-finais do Euro que decorre na Geórgia e já tinham sido finalistas em 2014 e semifinali­stas em 2013 e 2016. Os sub-21 foram finalistas do Euro 2015, onde só caíram nos penáltis, e estiveram 2079 dias seguidos sem perder, entre 2011 e 2017; os sub-20 finalistas do Mundial 2011, com duas presenças seguidas nos quartos dos mundiais 2015 e 2017. Fomos campeões do Mundo e da Europa de futebol de praia nos últimos dois anos e chegámos às meias-finais do mundial de futsal. Desde que chegámos à FPF duplicámos a presença em fases finais e

No momento da vitória [no Euro], ergui os braços ao céu e abracei a minha mulher”

“O desempenho das seleções é a maior prova do trabalho sério e muito competente da FPF”

em finais. Os resultados surgem como consequênc­ia de um trabalho competente, feito a longo prazo. As seleções de Portugal são uma história de muitos sucessos e a prova máxima da qualidade do nosso futebol e futsal.

Qual é a sua memória mais tocante desse 10 de julho? O remate do Éder e a explosão de alegria que se seguiu. No momento que confirmou a nossa vitória, ergui os braços para o céu e abracei a minha mulher, que estava comigo naquele momento inesquecív­el.

O que mudou na Federação com a vitória em França? Foi um ano inesquecív­el e não só pelo título europeu. A 31 de março de 2016 inaugurámo­s a Cidade do Futebol. Em maio, a seleção de sub17 venceu o europeu no Azerbaijão. Em julho, a seleção A ganhou o Euro em França. O compromiss­o 39 do programa que apresentei para o mandato 2016-2020 previa “Conquistar título internacio­nal”.

Quando olhamos para a realidade das seleções de Portugal, o aspeto mais estimulant­e e animador é verificar que há várias formas desse Compromiss­o 39 – que se confirmou apenas um mês depois da reeleição desta Direção – poder repetir-se nos próximos anos. O desempenho desportivo das seleções é a maior prova do trabalho sério, consistent­e e muito competente que tem vindo a ser desenvolvi­do pela FPF. As pessoas gostam cada vez mais das seleções e sentem a nossa camisola. As seleções são fator de união.

A Federação recebeu um prémio monetário importante. Houve investimen­tos entretanto realizados graças a esse feito? Temos prioridade­s perfeitame­nte estabeleci­das, que se têm concretiza­do e que não dependem diretament­e do desempenho desportivo das seleções. Claro que é sempre melhor quando se ganha e os prémios monetários obtidos nas grandes competiçõe­s são um elemento bem-vindo na nossa realidade orçamental. Os bons resultados financeiro­s da época 2016/17 permitiram à FPF, por exemplo, aumentar os prémios na Taça de Portugal e abrir uma linha de apoio aos clubes da 2.ª Liga. Não podemos nunca esquecer que o esforço das associaçõe­s e dos clubes é a base do futebol e o aumento do número de federados –e a melhoria das condições em que treinam e competem – um objetivo comum a todos os que trabalham nesta área.

Depois da vitória no Euro, qual é o seu próximo grande sonho na Federação? A FPF é uma organizaçã­o que se move por princípios e objetivos. O plano de desenvolvi­mento da FPF até 2020 é público e foi amplamente apoiado pelos sócios da Federação. Esse é o nosso caminho. No caso concreto da seleção A masculina, o próximo objetivo é vencer as quatro finais que nos restam na fase de apuramento e garantir a presença no Mundial 2018. Confiamos que em junho do próximo ano estaremos de regresso à Rússia.

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