Asfixia a mulher e confessa crime aos vizinhos
Ponte de Lima Asfixiou a mãe dos três filhos com uma almofada e horas depois foi confessar o crime à vizinhança
”Vinde ver o que eu fiz, matei a minha mulher”. Foi esta a frase que Luís Miguel Correia proferiu, ontem de manhã, a um casal vizinho, horas depois de ter asfixiado a mulher. Quando os vizinhos entraram na casa dele, viram Maria José Melo, de 50 anos, na cama e sem sinais de vida. Ainda chamaram os meios de socorro, mas o óbito foi declarado no local. Os motivos para o homicídio poderão estar relacionados com os “problemas de álcool” da vítima.
Luís Miguel, de 52 anos, terá usado uma almofada para asfixiar a mulher. Os vizinhos disseram ao JN que não ouviram o casal discutir. Ao que tudo indica, passou a noite com ela morta no rés do chão direito de um prédio na Travessa Associação Desportiva “Os Limianos”, em frente ao Campo do Cruzeiro, em Arca, Ponte de Lima.
O crime apanhou a vizinhança de surpresa e ontem o ambiente era de recato e apreensão no local. O casal morava com um filho, de 16 anos, e tem dois filhos adultos a residirem no concelho e dois netos.
Luís Miguel está desde a Páscoa em Ponte de Lima. Costuma trabalhar como motorista de uma empresa de construção civil da região, que tem serviços em Angola. Maria José, conhecida por “Zeza”, estava desempregada. Os vizinhos dizem que o alegado homicida é “uma paz de alma”, “pessoa muito pacata, que nunca criou problemas e que ajudava quando era preciso”. Fonte policial admitiu que os filhos, que o visitaram na esquadra da PSP, o consideram “um bom pai”.
Já sobre a vítima, os vizinhos referem que Maria José tinha “problemas com alcoolismo” e que pode- rá ter sido isso que esteve na origem do crime. “Ele é um senhor cinco estrelas e ela fazia a vida dele num inferno”, disse ao JN um vizinho.
A PSP de Ponte de Lima não tem registo de nenhuma queixa de violência doméstica relacionada com o casal. Contudo, a Comissão de Proteção de Menores de Ponte de Lima já teria referenciado o problema de alcoolismo de Maria José.
Rafael Sousa, de 17 anos, conhece Luís Miguel Correia desde que estagiou na pastelaria que ele frequentava nas imediações da sua casa. “Andava sempre bem-disposto, conversava connosco e até me dava conselhos para eu melhorar o meu desempenho no trabalho”, contou. Sobre a vítima, Rafael referiu os problemas de álcool que outros vizinhos lhe apontaram. “Ela gritava sozinha, vinha para a varanda discutir, trancava a porta e por vezes não deixava entrar o marido”, disse.
O homicida deverá ser hoje levado a tribunal para aplicação das medidas de coação.
Ele sempre foi muito correto comigo. Até me dava conselhos para melhorar o meu trabalho na pastelaria e nunca pensei que pudesse fazer aquilo. Já a esposa era conhecida por consumir álcool”