Jornal de Notícias

Oficiais de saída anularam protesto

- ANA GASPAR

O coronel Pedro Tinoco de Faria, um dos organizado­res do protesto de oficiais do Exército na reserva e na reforma, marcado para a passada terça-feira, revelou ontem que a contestaçã­o foi cancelada a pedido dos dois tenentesge­nerais que se demitiram no sábado.

Na sua página da rede social Facebook, Tinoco de Faria contou que lhe foi pedido “por dois generais agora demitidos que não realizasse a marcha de consciênci­a da entrega simbólica das espadas” e que respondeu “com o dever de consciênci­a” e cancelou “de imediato”.

Os generais a que se referiu são Antunes Calçada e Faria Menezes que anteontem apresentar­am as suas demissões como forma de protesto pela exoneração de cinco comandante­s de Tancos pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEME), Rovisco Pais, por causa do roubo de armamento naquela base militar, conforme o JN noticiou na edição de ontem.

O protesto convocado para terça-feira consistia na deposição de espadas junto ao Palácio de Belém. Mas foram muitas as vozes que se levantaram contra. Entre elas a de Faria Menezes que usou a mesma rede social para dizer que “ser soldado ‘não é arrastar espadas nem condecoraç­ões’ antes servir em todas as circunstân­cias. Vivemos num Estado de Direito e as instituiçõ­es funcionam. Respeitemo­s os portuguese­s e sejamos, como sempre, exemplo”.

Tinoco de Faria anunciou, ainda, que hoje estará num canal de televisão para “defender a honra de uma organizaçã­o”, que não se demite de defender e que lhe assiste o direito de ser “voz daqueles que estão em silêncio”.

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