Jaime Soares critica financiamento “ridículo” a bombeiros
Ridículo. Foi este o adjetivo ontem usado pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses Jaime Marta Soares para classificar a verba com que o Estado financia em 2017 as 435 corporações de voluntários do país: 25,7 milhões de euros.
“Os bombeiros, como se viu em Pedrógão Grande, enfrentam a morte sem que o Governo lhes dê qualquer incentivo”, afirmou, lembrando que um bombeiro morreu e quatro ficaram gravemente feridos ao tentarem desencarcerar um automobilista apanhado pelas chamas.
Quanto à tragédia de Pedrógão Grande (que vitimou 64 pessoas e deixou mais de 250 feridas), o presidente da Liga garantiu que os bombeiros não falharam, “fizeram muito bem o que tinham que fazer”. E acrescentou: “Vamos exigir, até ao fim, que se saiba o que se passou em Pedrógão”.
Segundo Jaime Marta Soares, a maioria das corporações atravessa uma situação financeira “gravíssima”, ainda mais pelo facto de o Governo lhes dever 30 milhões de euros de serviços de transporte de doentes ainda não pago.
O responsável lembrou que há 30 mil bombeiros voluntários em Portugal, a que acrescem 15 mil na reserva e outros tantos no quadro de honra. “Somos responsáveis por 98% da atividade de proteção civil, por 96% dos efetivos de combate aos incêndios e 95 por cento das atividades do INEM”, frisou.
O líder da Liga falava nos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro, que ontem celebraram os 32 anos da fundação, cerimónia onde o presidente da Direção, Manuel Tibo, homenageou o autarca local, Joaquim Cracel, e o comandante, José Dias.