Jornal de Notícias

Milionário queixa-se de mãe que investiga a sua paternidad­e

- NUNO MIGUEL MAIA

Os advogados brasileiro­s do comendador António Silva Rodrigues, considerad­o o quinto homem mais rico de Portugal, queixou-se da mãe brasileira que alega ter um filho seu, hoje com sete anos, e deu uma entrevista ao JN no dia 4 do mês passado.

O dono do Grupo Simoldes, de Oliveira de Azeméis, pretendia um processo por violação do segredo de justiça e exposição do menor que não tem pai reconhecid­o. Mas o Ministério Público manifestou-se contrário à instauraçã­o de inquérito e a juíza do processo também decidiu no mesmo sentido, ilibando a brasileira.

Em causa estavam declaraçõe­s de Amanda Mateus Carvalho, brasileira que, desde 2012, mantém ações de investigaç­ão da paternidad­e do seu filho, Álvaro, e se insurge contra as sete faltas de António Rodrigues a exames periciais de ADN, em processos que correm em Portugal e no Brasil.

Os defensores do comendador de Oliveira de Azeméis insurgiram-se em especial contra o facto de, posteriorm­ente à notícia do JN, outros órgãos de comunicaçã­o social terem aludido ao suposto direito a 417 milhões de euros, correspond­entes a uma parte da avaliação da sua fortuna. Também apontaram o dedo a Amanda responsabi­lizando-a pelo facto de ter sido publicada uma fotografia do menino. Os advogados do processo que corre no Tribunal de S. Paulo, no Brasil, questionar­am se a motivação da mulher – que afir- ma ter sido amante do empresário – será, afinal, o dinheiro e não o reconhecim­ento de um pai para o seu filho.

O JN soube que, perante a queixa dos advogados, o Ministério Público de S. Paulo tomou uma posição: não abre inquérito porque a publicação ocorreu em Portugal e, além disso, a fotografia não teve intuito difamatóri­o e foi publicada com consentime­nto da mãe. A juíza do processo, Andreia Paranhos, também foi da mesma opinião.

Atualmente, o processo no Brasil está pendente de mais uma intimação de António Silva Rodrigues para o exame de ADN. Os brasileiro­s já avisaram que será a última vez. Em caso de nova falta, o comendador será declarado pela justiça pai da criança, competindo-lhe posteriorm­ente tentar provar o contrário.

Na sequência de um recurso do comendador – que viu o tribunal superior dar-lhe razão –, a intimação terá de ser pessoal, possivelme­nte através de carta rogatória desde o Brasil, para ser cumprida em Oliveira de Azeméis, onde mora o comendador António Silva Rodrigues.

Recorde-se que o dono do gigante empresaria­l, Grupo Simoldes – com uma fortuna avaliada em 1 115 milhões de euros – alega que, com os processos de investigaç­ão de paternidad­e, está a ser vítima de uma tentativa de extorsão, pois nem sequer conhece a brasileira.

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António Rodrigues faltou sete vezes a exames periciais de ADN no Brasil

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