Há duas versões para mãe em coma
Coimbra Família vai apresentar esta semana queixa no Ministério Público por morte de bebé e estado de mulher que ia fazer cesariana
A família de Flávia Pinto, uma mulher internada nos cuidados intensivos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) em coma, depois de ter perdido o bebé no parto, conta que os médicos lhe contaram duas versões que estiveram na origem da situação, na madrugada de 28 de junho. A unidade hospitalar não adianta mais, enquanto as averiguações não estiverem concluídas.
Segundo a família, há uma versão segundo a qual Flávia, 35 anos, foi encontrada no chão rodeada de sangue, e outra de que estava na cama, tendo havido necessidade de fazer a cesariana naquele momento, por volta das seis horas da madrugada. “A minha tia disseme que lhe tinham contado as duas versões no hospital. Ficámos sem saber realmente o que aconteceu”, conta ao JN Joana Monteiro, prima de Flávia Pinto.
A queixa-crime no Ministério Público deverá avançar esta semana, tendo o marido efetuado já diligências junto de advogados. A família de Flávia Pinto quer perceber como uma gravidez tranquila teve um desfecho trágico, com a morte da criança e o internamento da grávida, em coma e, segundo contaram os médicos à família, com danos cerebrais que poderão ser permanentes.
Flávia Pinto, de 35 anos (completa 36 em agosto), deu entrada na Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, na noite de 27 de junho. Como já tinha jantado, os médicos optaram por fazer a cesariana na manhã seguinte. Após uma hemorragia interna, teve de ser feita de urgência de madrugada, tendo a criança falecido. Flávia, animadora sociocultural na Figueira da Foz, está em coma.
Contactado pelo JN, o presidente do Conselho de Administração do CHUC, Fernando Regateiro, não quis adiantar mais pormenores. “Vamos abrir um processo para averiguar o que aconteceu, se os factos relatados correspondem ou não ao que se passou. Enquanto esse processo durar, não iremos emitir mais considerações sobre o assunto”, justifica Fernando Regateiro.
Conselho de Administração só se pronunciará após o fim das averiguações