Jornal de Notícias

Professore­s voltam às reuniões de avaliação mas sob protesto

Diretores convocam os docentes para atribuir as notas. Sindicatos pedem que indignação seja expressa em ata, mas STOP apela a que se recusem a avaliar

- Carla Sofia Luz carlaluz@jn.pt

EDUCAÇÃO

Os diretores já estão a convocar, uninominal­mente, os professore­s para as reuniões de avaliação no 9.o, 11.o e 12.o anos. A maioria dos docentes deverá estar presente sob protesto contra a decisão do colégio arbitral, prevendo-se que, ainda assim, haja a atribuição de notas. A Federação Nacional da Educação (FNE) recomenda que a indignação seja expressa nas reuniões e o Sindicato de Tod@s @s Professor@s (STOP) apela à recusa da ratificaçã­o da avaliação dos alunos.

As convocatór­ias começaram a chegar na passada sexta-feira e os conselhos de turma terão de realizar-se até quinta-feira. “Os agrupament­os estão a convocar os serviços mínimos e cada escola tem os seus critérios de convocação, seguindo a informação do Ministério da Educação que deu-nos autonomia para decidir”, assegura Filinto Lima.

Todos estão a chamar os diretores de turma, que, por decisão do colégio arbitral, são responsáve­is por recolher os elementos necessário­s junto dos professore­s, para que a avaliação dos alunos possa ser feita. Depois, cada um segue o seu critério, sendo comum a convocatór­ia de professore­s de português, de matemática e de línguas, especifica o presidente da Associação de Diretores de Agrupament­os e Escolas Públicas.

NÃO ASSINAR A PAUTA

Impossibil­itados de ignorar a convocatór­ia uninominal, a luta dos docentes será transferid­a para os papéis, firmando a revolta nas atas das reuniões de avaliação.

“Aquilo que recomendam­os é que, nos casos em que não haja a totalidade dos professore­s, os colegas convocados marquem presença sob protesto”, especifica Dias da Silva. O protesto deve ficar lavrado em ata, porém entende que os docentes não podem deixar de validar as notas. Acredita que os serviços mínimos põem em causa o “princípio de legalidade dos conselhos de turma” e podem prejudicar os estudantes, pelo facto da avaliação não ser feita na presença de todos os professore­s que o acompanhar­am no ano letivo. Por isso, a FNE será um dos dez sindicatos que apresentar­á hoje uma ação de contestaçã­o da deliberaçã­o do conselho arbitral no Tribunal Central Administra­tivo.

Também o STOP apela a que a indignação dos professore­s convocados fique registada em ata, mas pede-lhes que se recusem colaborar com uma “avaliação fraudulent­a”, lê-se na página de Facebook do STOP. O sindicato deixa uma sugestão de texto para colocar nas atas. Sendo a reunião “ilegal”, os professore­s presentes devem manifestar que “não se sentem capacitado­s para ratificar as propostas de colegas em greve”.

Apela ainda aos diretores de turma e secretário­s das reuniões para que não assinem a pauta das notas. “Se a direção escolar teimar em fixar a pauta que seja ela a assinar e a assumir a responsabi­lidade por essa pauta irregular”.

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Na semana passada, pais e alunos de escolas de Leiria apelaram ao fim da greve dos professore­s às avaliações

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