Aproximar o viajante da comunidade local
Investimento em arte valoriza oferta dos hotéis. Já há galerias dentro das unidades hoteleiras
A interligação entre a hotelaria e a arte portuguesa é também seguida pelo projeto “Le Consulat”, em Lisboa, espaço onde, a par da oferta de quartos e restauração, os sócios franceses François Blot e Valerie Guérend abriram galerias de arte. A programação artística é da responsabilidade de Adelaide Ginga, curadora do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado.
Eduardo Miranda, presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP), confirma a tendência. “O fator de diferenciação é hoje muito importante. A procura de um ambiente único, com decoração diferenciada do trivial, é uma grande tendência”, refere.
A moda é confirmada pela Associação dos Hotéis Rurais de Portugal. “Faz todo o sentido procurar-se peças de referência portuguesa, o que não significa que sejam apenas obras caras. O que o viajante procura numa experiência de alojamento local é o sentir-se próximo da comunidade”, justifica Eduardo Miranda, da ALEP.
Também a Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP) é categórica quanto à mudança de paradigma. “O setor tem investido em arte para valorizar a sua oferta, usando esse mesmo investimento como fator diferenciador”, assinala Raul Ribeiro Ferreira, presidente da associação.
De acordo com este responsável, “isso passa também pela recuperação do património histórico. É o caso da Casa do Conto, em Cedofeita, no Porto, ou do Colmeal Countryside Hotel, em Figueira de Castelo Rodrigo”. Por outro lado, esclarece, “o investimento a sério em arte começou com o Hotel Ritz, em Lisboa, que detém um importante acervo de arte portuguesa. Outros exemplos são o Pestana Cidadela Cascais – Pousada & Art District ou o Boticas Hotel Art & Spa, que inclui no seu lobby o Centro de Artes Nadir Afonso”.