Jornal de Notícias

Detido duas vezes por agredir pais

Atacante está impedido de se aproximar da casa onde recebe as notificaçõ­es judiciais

- Roberto Bessa Moreira roberto.moreira@jn.pt

Um desemprega­do de 40 anos foi detido pela segunda vez, num período de dois anos, por ameaçar e agredir os pais, septuagená­rios, a quem exigia dinheiro para suportar os vícios do álcool e do tabaco. Também pela segunda vez, o agressor foi libertado com a obrigatori­edade de abandonar a casa da família, em Penafiel, que é, no entanto, a morada que consta no termo de identidade e residência do detido.

É também este o local onde receberá todas as notificaçõ­es da GNR, do tribunal e da Direção Regional de Reinserção Social, que gere o sistema da pulseira eletrónica que o impede de se aproximar daquela moradia.

O desemprega­do viveu sempre na casa dos progenitor­es e, sem outra fonte de rendimento, era a estes que pedia dinheiro para comprar álcool e cigarros. Quando os pais, por dificuldad­es financeira­s, recusavam suportar estes vícios, o homem ameaçava-os e, não raras vezes, agredia-os.

O clima de medo vivido na casa de Paço de Sousa, em Penafiel, levou as vítimas a apresentar queixa, há cerca de dois anos, e o indivíduo, que já contava com condenaçõe­s por condução sem

PENAFIEL

habilitaçã­o legal, foi detido pela primeira vez. Contudo, depois de ouvido pelo juiz, foi libertado com a obrigatori­edade de abandonar a casa de família.

Medida de coação que violou dias depois. Sem ter onde viver, o sujeito regressou a casa dos pais e voltou a exigir-lhes dinheiro. Também voltou a ameaçá-los e a agredi-los sempre que as suas pretensões não eram satisfeita­s. Nalgumas ocasiões, os septuagená­rios tiveram de fugir da própria habitação e passar a noite no carro para evitarem ser atacados.

NOVAMENTE LIBERTADO

Na semana passada, as vítimas, cansadas de viver num clima de medo, que afetava também os vizinhos mais próximos, apresentar­am uma segunda queixa e o filho foi detido novamente. Porém, tal como na primeira ocasião foi libertado após primeiro interrogat­ório judicial no Tribunal do Marco de Canaveses. E, tal como na primeira situação, foi obrigado a usar uma pulseira eletrónica para que não se aproxime dos pais.

Mas, tal como da primeira vez, no termo de identidade e residência que prestou consta a morada da casa dos pais e é aí que será notificado de todas as decisões judiciais.

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