Concessionários de praia desesperam por falta de sol
Verão tarda a chegar e negócios sazonais estão a ser afetados pela ausência de banhistas
Chuva, chuva e mais chuva. As praias da região do Grande Porto estão limpas e há um cuidado permanente para que, desde a abertura da época balnear, não ocorram falhas, numa ação que envolve autarquias, Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), proteção civil, serviços de limpeza e concessionários. Das 73 praias do Norte galardoadas com Bandeira Azul, 52 estão entre a Póvoa de Varzim e Espinho. Para que todo este cenário esteja perfeito falta o mais importante... o sol! Concessionários começam a desesperar devido ao fraco negócio e ao esforço e investimento que fazem para o ganha pão nesta altura do ano.
“O mês de junho está perdido. No ano passado, por esta altura, não faltava gente na praia. Estamos em plena época balnear e não se vê ninguém”, refere desanimado José Armando, responsável pelo Bar do Homem do Leme, na Foz. Com Bandeira Azul, a praia apresenta as melhores condições, com todos os equipamentos de apoio necessários e limpeza diária. “Só espero que o mês de julho entre com melhor cara para ver se a situação melhora”, acrescenta José Armando.
No Norte, o arranque da época balnear é mais tardio exatamente devido ao tipo de clima da região. “Mas tão tarde também não! Mas vou tendo os clientes habituais e os estrangeiros que por aqui passam no Caminho de Santiago”, diz Aurora Rodrigues que gere o Restaurante Castro de S. Paio, em Labruge, Vila do Conde.
“Temos a esplanada que tem sempre gente, pessoas que gostam de vir até aqui só para ler ou beber qualquer coisa. De resto está mesmo muito fraco em termos de banhistas”, explica Clara Ferreira concessionária da praia de Canide Sul em Gaia. Mais uma vez este concelho bate o recorde de bandeiras azuis com 18 galardões. “A época é preparada de uma forma muito profissional num plano onde todos são envolvidos. Há muita burocracia mas a verdade é que depois tudo corre bem”, diz Ricardo Pereira do Aqua Restaurante Bar.
AÇÕES DE LIMPEZA
A maior parte da limpeza das praias é concessionada a empresas privadas ligadas ao ambiente. Mas muitas ações de voluntários ajudam na tarefa. Uma ação do Sea Life que envolveu 400 pessoas recolheu da Praia do Castelo do Queijo 360 quilos de lixo. A campanha da Liga Meo Surf retirou da Praia Internacional 250 quilogramas de plásticos. Em Espinho, a iniciativa da “CleanWaves Initiative” recolheu 300 quilos de plásticos.
O Centro de Interpretação Ambiental de Vila do Conde, a Associação dos Amigos do Mindelo e a autarquia fizeram o mesmo. “Mas o tempo afasta as pessoas”, conta Diana Torres do Bombordo Bar.