Jornal de Notícias

Moradores do Centro Histórico vão associar-se

Despejos motivam criação de estrutura ainda este mês

- PORTO

Habitantes do Centro Histórico vão criar este mês uma associação para fazer face ao problema dos despejos que estão a ocorrer naquela zona da cidade. O anúncio foi feito ontem por Marta Dias, que foi recentemen­te despejada da casa onde vivia, em Miragaia, no final de uma assembleia pública que decorreu na Cooperativ­a Árvore e em que participou também a coordenado­ra nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.

Marta Dias apelou às pessoas para que apareçam no Passeio das Virtudes, pelas 18 horas de sexta-feira, e participem num churrasco de angariação de fundos para a criação da associação. Em declaraçõe­s à Lusa, Alexandra Morais, outra moradora do Centro Histórico, referiu que a iniciativa de criar a associação de moradores reúne um grupo de cerca de 50 pessoas.

Durante a sessão, a dirigente bloquista afirmou que o Governo “pode e deve” avançar com uma moratória para suspensão dos despejos, garantindo que em setembro levará de novo ao Parlamento um projeto de lei para travar “esta tragédia social”.

“O que nós achamos é que está provado – e vocês que estão aqui estão a comprová-lo – que fazer a moratória dos despejos só para quem tem mais de 65 anos e está há mais de 15 na casa não chega, e há aqui uma tragédia social a acontecer no país”, afirmou. Segundo a líder do BE, “é preciso acudir a esta tragédia” e “chamar a atenção para o que está a acontecer”. Acrescento­u que “o Governo tem a capacidade e a competênci­a para, se quiser, fazer uma moratória a todos os despejos que estão a acontecer”.

“E a nossa exigência tem de ser esta: que o Governo olhe para estas pessoas, olhe para a tragédia social que está a acontecer e que pare já todos os despejos”, sublinhou, adiantando que “a proposta que o BE apresentou, e que foi chumbada e parava os despejos para toda a gente”, vai voltar a ser apresentad­a na Assembleia da República, em setembro, na nova sessão legislativ­a. Sublinhou, contudo, que, “antes de setembro, o Governo pode e deve fazê-lo”.

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