Open Arms chega a Barcelona na quarta-feira
ONG dizem ser bodes expiatórios
MIGRAÇÕES O navio da organização não governamental (ONG) espanhola Proactiva Open Arms deverá acostar em Barcelona na quarta-feira, depois de cinco dias em alto mar com 59 migrantes resgatados ao largo da Líbia.
Perante a reiterada recusa de Itália em abrir-lhe os seus portos (“As ONG só verão Itália nos postais”, avisou o ministro do Interior, Matteo Salvini, que indicou o caminho de Malta) e igual rejeição de Malta (que rejeita a maior proximidade alegada por Salvini), a Proactiva pediu diretamente ajuda a Espanha, que se oferecera para desbloquear o caso do navio humanitário Aquarius, há duas semanas.
“Apesar dos obstáculos, continuamos a proteger a vida das pessoas invisíveis”, escreveu a ONG no Twitter, referindo-se às decisões de Itália e malta de bloquear portos às ONG, que acusam de fazer o jogo dos passadores, e ao consequente acordo europeu que propõe o reforço do apoio à Líbia e a criação de plataformas de desembarque em África para desincentivar o tráfico, avisando as ONG que devem respeitar o direito marítimo internacional e não se antecipar à guarda costeira líbia nas suas águas.
APOIO INACEITÁVEL À LÍBIA
“As ONG tornaram-se o bode expiatório demasiado fácil do fracasso dos Estados europeus em fazer respeitar as convenções marítimas. Este apoio incondicional à guarda costeira líbia parece-nos incompatível com o socorro marítimo, porque os portos da Líbia não podem, em caso algum, ser considerados seguros”, lamenta Frédéric Penard, da SOS Méditerranée, que opera o Aquarius com os Médicos Sem Fronteiras.