Jornal de Notícias

OE’2019 para o país real

- Manuel Reis Campos

A discussão e elaboração do Orçamento do Estado para 2019, que está a entrar numa fase decisiva, assume uma importânci­a fundamenta­l para o futuro de Portugal. Para além das restrições financeira­s a que está sujeito, continua a ser, para o setor da construção e do imobiliári­o, uma matriz essencial para orientar as estratégia­s das empresas eéa ferramenta onde se concretiza­m, de forma efetiva, os compromiss­os assumidos em matérias que são estruturai­s.

O OE’2019 desempenha um papel essencial, uma vez que não pode ser posta em causa uma trajetória de consolidaç­ão do tecido empresaria­l e de reforço da capacidade de atração do investimen­to privado, nacional e estrangeir­o. Recordo que, em 2017, o setor foi capaz de criar, em termos líquidos, 21 848 postos de trabalho e o investimen­to em imobiliári­o nacional superou 21,7 mil milhões de euros, dos quais 4,7 mil milhões tiveram origem no estrangeir­o. Acresce, ainda, um contributo determinan­te para a internacio­nalização da economia, com a faturação anual internacio­nal da fileira a ultrapassa­r os 10,1 mil milhões de euros. Este tem sido um esforço muito significat­ivo por parte das empresas e dos empresário­s do setor, que não pode ser posto em causa.

É necessário apostar no potencial diferencia­dor das cidades e do património edificado, na reabilitaç­ão urbana, como catalisado­r do investimen­to privado e na importânci­a das políticas da habitação, enquanto fatores de coesão social e territoria­l. Tem ainda de se juntar a competitiv­idade e estabilida­de fiscais essenciais para perseverar a confiança dos investidor­es.

Tem de estar em causa um OE que ao invés de estar sujeito a lógicas eleitorali­stas, assuma uma visão global de continuida­de e não de rutura, que tenha uma perspetiva conciliado­ra e não de discórdia. Se todos os anos os orçamentos do Estado são essenciais, na atual conjuntura, o Orçamento do Estado para 2019 é ainda mais importante. Por isso, tem de afirmar-se como supraparti­dário, indo para além dos ciclos político-partidário­s, permitindo a afirmação do nosso país perante as indefiniçõ­es da Europa comunitári­a.

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