Maioria dos alunos do 10.o e Básico ainda sem notas
Sindicatos e associação de diretores garantem que a maioria das reuniões de avaliação dos anos sem exames nacionais ainda está por fazer
PROFESSORES A maioria dos alunos do Básico e do 10.º ano continuam sem notas. Os professores mantêm a adesão à greve às avaliações apesar dos efeitos dos serviços mínimos começarem a fazer-se sentir no desbloquear de avaliações em anos de exame. O dirigente do novo Sindicato para Todos Os Professores (STOP), André Pestana, garante que em pelo menos três agrupamentos não se realizaram reuniões abrangidas por serviços mínimos.
Em Penacova, por exemplo, onde desde o dia 18 ainda não se tinha realizado qualquer reunião de avaliação, ontem fizeram-se duas (as do 9.º e 11.º) e as restantes 13 que estavam agendadas, de anos não abrangidos pelos serviços mínimos, voltaram a ser adiadas, aponta Mário Nogueira. No final do primeiro dia de greve com serviços mínimos às reuniões do 9.º, 11.º e 12.º anos, o líder da Fenprof defende que o impacto é reduzido e que a adesão continua elevada. Até porque, frisa, cerca de 77% dessas reuniões já se tinham realizado antes de dia 18 (quando arrancou a greve convocada pela Fenprof, FNE e mais oito sindicatos) e, “neste momento, mais de 80% devem ter sido feitas”.
O mesmo cenário descreve o presidente da Associação de Dirigentes Escolares (ANDE): as reuniões que faltavam do 9.º , 11.º e 12.º começaram a realizar-se, as restantes continuam a ser adiadas. Ou seja, admite Manuel Pereira, nos restantes anos “tudo continua igual”. “E a manter-se a situação, a partir de 20 de julho, há docentes que vão de férias e as escolas continuam a queimar prazos”: há matrículas por fechar e turmas por constituir, sendo que os diretores têm até final de julho para pedir os professores que precisam para o próximo ano letivo.
André Pestana garante que nos agrupamentos de Amarante, São Teotónio (Alentejo) e D. Domingos Jardo (Mira Sintra) “ontem de manhã” não se realizaram reuniões apesar dos serviços mínimos.
BOICOTE, VELAS E FLORES
O STOP considera a medida determinada por colégio arbitral e aplicada pela primeira vez “um ataque brutal à liberdade” e, por isso, ontem tentou entregar no Ministério da Educação uma coroa de flores “por esse assassinato à democracia”. As flores foram recusadas. Ontem à noite, o sindicato também promoveu uma vigília à porta da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares, no Porto, e vai juntar-se à manifestação convocada pela CGTP para sexta-feira, junto ao Parlamento.
Sem apelar a boicotes, Mário Nogueira admite que há diferentes situações nas escolas: desde diretores que não convocaram uninominalmente os professores para os serviços mínimos aos que convocaram por sorteio ou ordem alfabética.