Jornal de Notícias

Maioria dos alunos do 10.o e Básico ainda sem notas

Sindicatos e associação de diretores garantem que a maioria das reuniões de avaliação dos anos sem exames nacionais ainda está por fazer

- Alexandra Inácio alexandra.inacio@jn.pt

PROFESSORE­S A maioria dos alunos do Básico e do 10.º ano continuam sem notas. Os professore­s mantêm a adesão à greve às avaliações apesar dos efeitos dos serviços mínimos começarem a fazer-se sentir no desbloquea­r de avaliações em anos de exame. O dirigente do novo Sindicato para Todos Os Professore­s (STOP), André Pestana, garante que em pelo menos três agrupament­os não se realizaram reuniões abrangidas por serviços mínimos.

Em Penacova, por exemplo, onde desde o dia 18 ainda não se tinha realizado qualquer reunião de avaliação, ontem fizeram-se duas (as do 9.º e 11.º) e as restantes 13 que estavam agendadas, de anos não abrangidos pelos serviços mínimos, voltaram a ser adiadas, aponta Mário Nogueira. No final do primeiro dia de greve com serviços mínimos às reuniões do 9.º, 11.º e 12.º anos, o líder da Fenprof defende que o impacto é reduzido e que a adesão continua elevada. Até porque, frisa, cerca de 77% dessas reuniões já se tinham realizado antes de dia 18 (quando arrancou a greve convocada pela Fenprof, FNE e mais oito sindicatos) e, “neste momento, mais de 80% devem ter sido feitas”.

O mesmo cenário descreve o presidente da Associação de Dirigentes Escolares (ANDE): as reuniões que faltavam do 9.º , 11.º e 12.º começaram a realizar-se, as restantes continuam a ser adiadas. Ou seja, admite Manuel Pereira, nos restantes anos “tudo continua igual”. “E a manter-se a situação, a partir de 20 de julho, há docentes que vão de férias e as escolas continuam a queimar prazos”: há matrículas por fechar e turmas por constituir, sendo que os diretores têm até final de julho para pedir os professore­s que precisam para o próximo ano letivo.

André Pestana garante que nos agrupament­os de Amarante, São Teotónio (Alentejo) e D. Domingos Jardo (Mira Sintra) “ontem de manhã” não se realizaram reuniões apesar dos serviços mínimos.

BOICOTE, VELAS E FLORES

O STOP considera a medida determinad­a por colégio arbitral e aplicada pela primeira vez “um ataque brutal à liberdade” e, por isso, ontem tentou entregar no Ministério da Educação uma coroa de flores “por esse assassinat­o à democracia”. As flores foram recusadas. Ontem à noite, o sindicato também promoveu uma vigília à porta da Direção-Geral de Estabeleci­mentos Escolares, no Porto, e vai juntar-se à manifestaç­ão convocada pela CGTP para sexta-feira, junto ao Parlamento.

Sem apelar a boicotes, Mário Nogueira admite que há diferentes situações nas escolas: desde diretores que não convocaram uninominal­mente os professore­s para os serviços mínimos aos que convocaram por sorteio ou ordem alfabética.

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Novo sindicato STOP tentou ontem entregar uma coroa de flores no Ministério, que foi recusada

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