PS mobilizado pelo interior
Carlos César garante que Orçamento para 2019 dará atenção às questões das assimetrias
JORNADAS O líder da bancada socialista considera que existe hoje na “sociedade política” uma “nova mobilização” para as questões do interior e garante que o PS pretende verter para o plano orçamental projetos considerados estruturantes.
“Tentaremos verter para o plano político, para o plano orçamental e para o plano da ação governativa o conhecimento adquirido”, assegurou Carlos César, no final de uma visita à sede da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, em Beja, uma deslocação integrada no programa das Jornadas Parlamentes do PS, que serão encerradas, hoje, pelo líder socialista António Costa.
Para o presidente do grupo parlamentar, há atualmente uma conjuntura política favorável a um consenso alargado em torno de temas como o combate às assimetrias regionais.
“Tivemos fases da nossa vida política em que essas preocupações não foram muito relevantes, mas creio que hoje a sociedade política portuguesa está muito mobilizada para estes novos temas relacionados com as questões do interior, com os problemas decorrentes das alterações climáticas”, advogou Carlos César.
O líder parlamentar socialista ressalvou, contudo, que “não é possível uma revolução demográfica, transformando o interior numa região populosa como o litoral, mas importa lutar contra a tendência que pervertem uma distribuição racional do desenvolvimento”.
“Estas regiões do interior não podem ser zonas de passagem para grandes mercados ibéricos, devendo antes assumir-se como regiões de produção, de fixação e de diferenciação. O país há muito que tem este problema e há muito que procura ultrapassá-la”, defendeu.
AUSÊNCIAS E PRESENÇAS
No primeiro dia de jornadas parlamentares, Carlos César afirmou também que os socialistas não precisam da “tutela ministerial” para conhecer e decidir sobre problemas do país. O líder parlamentar reagiu, assim, à ausência do ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.
“Não viemos a Beja e Évora para nos encontrarmos com os senhores ministros. Viemos para falar com os alentejanos, com as instituições, para conhecer diretamente. Não precisamos da tutela ministerial para conhecer as coisas e para decidir sobre elas”, justificou Carlos César, embora tenha anunciado que hoje participará nas jornadas o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, “porque é um alentejano de carne e osso”.