Jornal de Notícias

Gangue dos relógios de luxo nega tudo

Máfia chilena especializ­ada em assaltos milionário­s julgada por roubo-relâmpago no El Corte Inglés

- Óscar Queirós justica@jn.pt

Foi a 11 de janeiro do ano passado. Começava a madrugada e com ela um roubo-relâmpago de mais de 900 mil euros em relógios de luxo do El Corte Inglés de Gaia. As câmaras de segurança mostram cinco encapuzado­s, mas só dois dos presumívei­s elementos do grupo, chilenos, começaram agora a ser julgados no tribunal de Gaia. O líder dos alegados assaltante­s, “Cotón”, está em fuga.

Em apenas seis minutos, o grupo rebentou as grades metálicas do café Starbucks para dali aceder a uma ourivesari­a onde, usando uma marreta, conseguiu partir uma montra de segurança que tinha expostos quase um milhão de euros em relógios das mais caras e reputadas marcas do Mundo. Com a fortuna nas mãos, os homens fugiram.

De “Cotón, ninguém mais ouviu falar. Esfumou-se, deixando nas mãos das polícias europeias um mandado de detenção à espera de ser cumprido. Já outros dois, também identifica­dos, tiveram menos sorte. Francisco

VILA NOVA DE GAIA

Carrasco, de 28 anos, natural de S. Bernardo (Chile) seria apanhado na Alemanha e enviado para cá; o outro, Nélson Torres, de 20 anos, diz ter sido detido “na catedral de Milão”, e remetido para Portugal, onde a Justiça os colocou na prisão.

Ontem, logo no início da audiência, ambos os arguidos se afirmaram inocentes à “sua senhoria”, o juiz-presidente. Estiveram realmente cá, na altura do roubo, mas como turistas. Para “conhecer o Porto”. Quanto a “relógios” e outras prendas que os investigad­ores descobrira­m que ambos tinham enviado para o Chile, através dos CTT – é o modus operandi destes grupos organizado­s a utilização de encomenda postal para enviar o produto roubado para os líderes da máfia chilena – seriam “imitações” de grandes marcas de relógios ou de roupas que também conseguira­m “baratinho” junto de vendedores “ciganos” ou em lojas de chineses, no Porto.

Também fizeram transferên­cias de dinheiro – “200 ou 300 euros”, dizem – para familiares que deixaram no Chile e porque faziam anos. Roubar é que nunca, assegurara­m no meio de uma tradução que provocou alguns momentos de desorienta­ção e que obrigou, por mais do que uma vez, o juiz a intervir com maior severidade.

 ??  ?? Elementos do grupo Lanzas foram detidos em todo o país
Elementos do grupo Lanzas foram detidos em todo o país

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal