Automóvel esmaga transporte público que não convence
Deslocações a pé e de bicicleta já superam a utilização da rede de autocarros, comboio e metro do Porto
MOBILIDADE
O automóvel continua sem concorrência à vista, dominando em larga maioria as deslocações dos residentes das duas áreas metropolitanas (AM), sobretudo no Grande Porto. Os transportes públicos estão longe de se afirmar como alternativa, representando ainda menos de um sexto na distribuição do número de deslocações por principal meio de transporte. E até os modos suaves, a pé ou de bicicleta, foram mais expressivos. Além disso, o carro só não foi maioritário nas viagens para estabelecimentos de ensino.
Os hábitos surgem retratados no inquérito à mobilidade nas AM do último trimestre de 2017. Dos resultados provisórios, divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), destaca-se a predominância do automóvel, o meio mais usado em 67,6% dos casos na AM do Porto contra 58,9% em Lisboa, e que resiste apesar dos sucessivos aumentos de combustíveis.
Se contabilizarmos no transpor- te individual os motociclos e os ciclomotores, os números sobem para 69% no Grande Porto. Esta opção é explicada pelos inquiridos com a rapidez e o conforto. Alegam também que a rede de transportes públicos não tem ligação ao desti- no, nem a frequência ou a fiabilidade necessárias.
AUTOCARRO DOMINA REDE
Já a maioria (52,5%) dos que usam transportes públicos explicam que não conduzem ou não têm carro. O estudo, feito com apoio das AM e com 46 mil respostas válidas, mostra que o autocarro domina os transportes públicos (61%), o que também tem a ver com a limitação do metro em concelhos do interior ou de Aveiro.