Moradores revoltados com esgoto a céu aberto
Na Rua da Levada, em Campanhã, vivem cerca de 40 pessoas. As famílias queixam-se do piso degradado e de uma fossa a correr junto às casas
Há três anos que por baixo do quarto onde Adelina Bessa e o marido dormem existe um esgoto a céu aberto. É apenas uma das cerca de 14 famílias que moram na ilha da Rua da Levada, em Campanhã, no Porto. Quem passa pelo arruamento repara na erva alta, no piso que não está pavimentado e na fossa que, por falta de ligação à rede de saneamento, corre junto às casas.
“Os esgotos acumularam-se no sítio onde eu tinha os arrumos. O cheiro é muito forte e sente-se no quarto”, contou Adelina Bessa, de 63 anos. Por cima, dorme o marido de 65 anos que tem um cancro pulmonar.
Ao cheiro, conta a moradora, soma-se a “bicharada” que não larga o pátio da ilha. “No verão, ando com um apanhador a afastar as moscas. Até já se encontraram cobras”, revelou. num espaço de 120 dias, os serviços municipais estabeleçam um projeto de requalificação deste arruamento e um calendário para concretizar essa requalificação e ligação ao saneamento. No mesmo período esperamos que façam um estudo sobre as condições de habitabilidade das pessoas”, explicou o socialista.
Ao JN, a Junta de Freguesia de Campanhã revelou que “tem feito tudo o que é possível, pressionando várias vezes a Câmara para que o problema se resolva”. Por sua vez, a Câmara do Porto afirmou que “a situação da Rua da Levada tem décadas”, acrescentando que “estranha que o dr. Manuel Pizarro, que foi vereador com pelouro da Coesão Social e da Habitação, apenas ontem [anteontem] a tenha descoberto e lá tenha ido em 48 horas mais vezes do que em três anos e meio como vereador com os pelouros”.