Mais de 200 refugiados morreram em três dias
UE dá mais 45,6 milhões para apoio à chegada, mas resgate no mar é dificultado
Pelo menos 204 refugiados morrerem, no fim de semana, ao largo da Líbia, elevando para um milhar o número de vítimas no Mediterrâneo em busca de solo seguro, enquanto aumentam as dificuldades ao socorro, apesar do anúncio de mais 45,6 milhões de apoios comunitários.
Ontem, a organização não-governamental alemã Sea-Watch acusou Malta de reter ilegalmente um navio, sustentando que o “Sea-Watch 3”, impedido de zarpar do porto de La Valetta, sem qualquer base legal, não está registado como embarcação de recreio, como os navios “Lifeline” e “Seefuchs”, de outras ONG alemãs.
“A falta de autorização para navegar em Malta não é uma questão de registo, mas uma campanha política para impedir o resgate civil no mar”, denuncia. O capitão do “Lifeline”, Claus-Peter Reisch, que chegou a Malta a 27 de junho, foi libertado ontem, sob fiança de dez mil euros, à espera de audiência na quinta-feira, acusado de irregularidades no registo marítimo. O navio resgatou 234 pessoas e foi autorizado a atracar em Malta após seis dias em alto mar, face à recusa de Itália e depois de um acordo com nove países para recolocá-los.
A Comissão Europeia anunciou um reforço de 45,6 milhões de euros para ajudar Espanha e Grécia a responder ao “crescente número de chegadas” – 25,6 milhões para aumentar a capacidade de acolhimento na costa sul e em Ceuta e Melilla e 20 milhões para melhorar as condições na Grécia.
“A Comissão continua a cumprir os seus compromissos com os estados-membros sob pressão”, pois “precisamos de assumir a responsabilidade de ajudá-los a lidar com este crescimento e com o repatriamento daqueles que não têm direito de ficar na Europa”, disse o comissário das Migrações, Dimitris Avramopoulos.