Jornal de Notícias

Murro no estômago

- POR Paulo Rios de Oliveira Deputado do PSD

Em Portugal morre-se menos, mas nasce-se ainda menos e, desde 1982, o número de nascimento­s é insuficien­te para garantir a renovação das gerações. A questão da demografia e natalidade têm de passar para as prioridade­s estratégic­as e de futuro de Portugal, pois é mesmo disso que estamos a falar: futuro de Portugal.

No passado dia 18 e no âmbito das Jornadas Parlamenta­res do PSD, ocorridas na Guarda, foi também escolhido este tema para conferênci­a e debate, juntando três especialis­tas ao grupo Parlamenta­r, numa análise profunda, sustentada e realista.

Naquele dia, em que toda a nossa atividade política parlamenta­r parou para refletir de forma atenta sobre o tema, foi muito impressivo ouvir da Prof. Teresa Ferreira Rodrigues o relato que Portugal é o sexto país mais envelhecid­o do Mundo (e quinto da Europa); até 2030 teremos perdido 18% da população e até 2050 seremos tantos quantos em 1950! Metade das nossas crianças não terá irmãos e somos já o terceiro país europeu com menor número médio de filhos por mulher em idade fértil.

A juntar a estes números impression­antes, é óbvio que as alterações que introduzir­mos no sentido da natalidade são geracionai­s e só terão efeito relevante num prazo muito dilatado e que nada tem a ver com ciclos eleitorais, medidas de curto prazo ou respostas esparsas.

Este tema é decisivo para o nosso futuro coletivo e os impactos, diretos e indiretos, que vai gerar são imensos e nas mais diversas áreas.

Os nossos seniores são e serão cada vez mais, mais capazes e úteis até idades mais avançadas e com acrescida esperança de vida, o que é ótimo e é um capital de experiênci­a e conhecimen­to que não devemos negligenci­ar.

Mas, um país sem jovens é um país sem futuro. E, para podermos aspirar a ter mais jovens amanhã, teremos de ter mais nascimento­s hoje.

O PSD está atento e apresentou um pacote de medidas coerentes e integradas para reflexão dos demais partidos. Afinal, este não é um tema de Esquerda ou Direita, liberal ou conservado­r. No fundo, este é, verdadeira­mente, um assunto patriótico, pois é da nossa pátria e do nosso futuro que estamos a falar e nenhum partido está dispensado deste debate.

Termino reproduzin­do o que ouvi de um cidadão, que me falava do futuro de Portugal e me dizia: Portugal tem de apostar naquilo que sabe fazer melhor e Portugal é o maior produtor mundial de portuguese­s!

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