Jornal de Notícias

Dívida das famílias atinge valor recorde

Crédito ao consumo aumenta 6,9 %, mas desce na habitação e empresas

- LUÍS REIS RIBEIRO

BANCA O valor em crédito ao consumo concedido pelos bancos às famílias portuguesa­s aumentou 6,9% em maio face a igual mês do ano passado, indica o Banco de Portugal.

Desde finais de 2015 que este segmento de empréstimo­s, onde são praticadas taxas de juro muito mais altas, está a crescer de forma imparável e consistent­e. Este ritmo de quase7%éo maior desde então. Há um ano, este segmento de crédito estava a crescer 4,5%, também em termos homólogos.

O banco central refere que as famílias devem hoje 25,7 mil milhões de euros por motivos de “consumo e outros fins”, o que também será um valor recorde.

CRÉDITO TOTAL AINDA CAI

Embora as famílias estejam muito mais endividada­s por causa do consumo, o que terá a ver, por exemplo, com a compra de carros novos, o montante total de empréstimo­s em dívida (stock) ainda está em queda (0,4% em maio, em termos homólogos) por causa do segmento do crédito à habitação. Este cai menos, mas ainda assim recuou 1,2% no período em causa.

No final de maio, as famílias deviam aos bancos um total de 123,9 mil milhões de euros, dos quais 98,2 mil milhões eram relativos a hipotecas. Ou seja, 79% do endividame­nto dos particular­es é por causa da habitação.

No final de maio, as famílias não estavam a conseguir pagar ao banco cerca de 11,6% da dívida contratada, mas este rácio de malparado tem vindo a descer de forma consistent­e ao longo dos últimos meses. Há um ano, o nível de incumprime­nto equivalia a 13,2% do crédito total vendido às famílias.

Na habitação, o rácio de malparado está a descer e em maio rondava os 4,8%; no segmento do crédito ao consumo também está a diminuir, mas o nível é muito superior, cotando-se em 12,5% no final desse mês.

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Compra de carro agrava endividame­nto das famílias

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