Jornal de Notícias

Câmaras recebem mais 200 milhões

- Carla Sofia Luz* carla.uz@jn.pt * COM LUSA

Governo e autarcas fecham acordo sobre processo de descentral­ização

A Associação Nacional de Municípios Portuguese­s (ANMP) encerrou o processo negocial com o Governo sobre descentral­ização e finanças locais e garantiu um aumento de até 10% das verbas a transferir para as autarquias. No próximo ano, estima-se que haja um reforço de 200 milhões de euros nas transferên­cias do Estado.

Este reforço em 2019 fica dependente da aprovação, ainda durante esta sessão legislativ­a, das alterações à Lei das Finanças Locais, que desceu à especialid­ade sem votação e ainda não teve qualquer audição ou debate. O processo pode ser acelerado caso PS e PSD, unidos, requeiram a votação em plenário até 18 de julho.

Com um voto contra (Alfredo Monteiro, presidente da Assembleia Municipal do Seixal, do PCP), o Conselho Diretivo da ANMP aprovou as propostas já negociadas com o Executivo de António Costa no âmbito do processo de descentral­ização de competênci­as e da nova Lei das Finanças Locais, anunciou a associação.

Relativame­nte às finanças locais, “fica assegurado um cresciment­o entre dois e 10% em praticamen­te 100% dos municípios”, disse, aos jornalista­s, o presidente da ANMP, o socialista Manuel Machado.

Neste acordo, ficou também estipulado que o Estado só pagará o IMI dos imóveis que estão desocupado­s.

Segundo o também presidente da Câmara Municipal de Coimbra, 16 dos 17 membros do Conselho Diretivo da ANMP votaram a favor das propostas da associação “relacionad­as com os critérios de distribuiç­ão de verbas pelos municípios, de modo a que fique garantido que os montantes das transferên­cias do Orçamento do Estado contribuam para o reforço da coesão territoria­l e para o equilíbrio entre os 308 municípios”.

Manuel Machado salientou que está agora “concluído – e formalment­e aprovado – este processo de negociação com o Governo, iniciado em julho de 2016 e decorrente da resolução aprovada no Congresso da ANMP”, em 2015.

RECEITA DO IVA

Foi também acordada a “alocação aos municípios da participaç­ão de 7,5% na re- ceita do IVA cobrado em serviços essenciais, como comunicaçõ­es, eletricida­de, água e gás, bem como nos setores do alojamento e da restauraçã­o, no ano económico de 2020”.

“Recordamos que, no início das negociaçõe­s, previa-se uma participaç­ão dos municípios em 5% desta receita, enquanto agora será de 7,5%, ou seja, passa de 48 milhões de euros para 72 milhões de euros”, segundo a ANMP.

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Manuel Machado sublinhou contributo para coesão

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