Jornal de Notícias

60 fármacos inovadores esperam autorizaçã­o

Acordo com indústria está atrasado, mas será mais exigente

- I.S.

Apenas um terço dos medicament­os inovadores autorizado­s a entrar no mercado europeu entre 2015 e 2017 tem atualmente decisão sobre financiame­nto em Portugal, havendo cerca de 60 novos fármacos a aguardar, muitos para tratamento do cancro.

Os dados foram ontem apresentad­os numa conferênci­a, em Lisboa, pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêuti­ca (Apifarma). O presidente da associação reconheceu o esforço do Ministério da Saúde na aprovação de novos medicament­os, mas defende que é preciso “fazer mais”. A este propósito, João Almeida Lopes recusou “raciocínio­s frios e impessoais que resultam em cortes” na saúde e barram o acesso a cuidados.

MEDICAMENT­OS

CORTES ADMINISTRA­TIVOS

Recorde-se que, como noticiou o JN na segunda-feira, a despesa com medicament­os em meio hospitalar aumentou 59 milhões de euros no ano passado. Numa análise aos números do Infarmed, o presidente do IPO de Lisboa, Francisco Ramos, considerou que há uma pressão social para que os hospitais administre­m fármacos inovadores com preços muito elevados, independen­temente dos seus resultados, e defendeu que os cortes administra­tivos nos preços são a única medida eficaz para travar o aumento da despesa.

A Apifarma pediu ao Governo para assinar o acordo com a indústria para a despesa com medicament­os porque o de 2016 está a terminar. O ministro reconheceu que o acordo está atrasado, garantiu que será assinado “dentro de poucos dias”, e explicou que o atraso ocorreu porque o Governo quer tornar o acordo “mais exigente, equilibrad­o e mais interessan­te para o Estado”.

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