Gangue bloqueava comunicações com tecnologia militar
GNR apreendeu sistema inibidor sofisticado e GPS magnético que permitia seguir vítimas
BRAGA Um sofisticado inibidor de frequências de telecomunicações e de sinal de rádio, apenas permitido a policias e militares, foi apreendido pela GNR de Braga ao grupo de assaltantes responsável por dezenas de assaltos no Minho. A GNR recuperou ainda 300 mil euros, cinco quilos de ouro, joias e relógios. Quatro dos nove detidos ficam presos. O agente da PSP envolvido no caso está livre mas suspenso e sujeito a apresentações à Polícia.
O inibidor de sinal apreendido silenciava todos os tipos de comunicações num raio de 300 metros e custa no mercado negro muitas dezenas de milhar de euros. A sua comercialização é proibida. A investigação apurou ainda que o grupo estudava minuciosamente as residências e automóveis a assaltar, recorrendo inclusivamente a localizadores de GPS magnéticos que colocavam nas viaturas das vítimas, sabendo sempre onde se encontravam.
Não foi revelado se estes dispositivos foram usados nos assaltos ao empresário bracarense Domingos Névoa e à residência do cantor Delfim Júnior, em Arcos de Valdevez, de onde foram roubados cerca de 200 mil euros em dinheiro e ouro.
O agente Carlos Alfaia, da PSP de Ponte de Lima, que é suspeito de colaborar com o grupo, está, como todos os outros oito arguidos, indiciado pelo crime de associação criminosa. A juíza mandou para a cadeia quatro arguidos, um dos quais o alegado líder.
Ao grupo está também a ser imputado o assalto a uma agência do Banco Santander em Braga.