Jornal de Notícias

Empresa com passivo de 12 milhões só vale 1000 euros

Falência da Valindo, detentora da Girandola, lesa Estado e Banca. Maioria dos operários foi absorvida pelo mercado

- Carlos Rui Abreu locais@jn.pt

Há um ano, a empresa têxtil Valindo, sediada em Cepães, Fafe, decretou falência, colocando fim a 53 anos de laboração ininterrup­ta. Para trás ficou um passivo de mais de 12 milhões de euros a 400 entidades espalhadas por todo o país e Europa, funcionári­os incluídos.

Na altura, a última tentativa de revitaliza­ção foi a criação, por via judicial, de um Plano Especial de Recuperaçã­o que acabaria por não ter seguimento. Só ao Estado português, seja através do AICEP, do Fundo Revitaliza­r Norte, do Fisco e da Segurança Social, a dívida era de 3,263 milhões de euros. Logo depois vêm as dívidas aos bancos, que passavam os três milhões.

Há um ano, a massa falida da empresa que detém a marca de roupa infantil Girandola procedeu a um leilão de ativos e ainda conseguiu recuperar 150 mil euros com a venda de artigos de vestuário em stock.

FAFE

A marca, uma referência no mercado do vestuário infantil, é que desvaloriz­ou até um valor irrisório. O primeiro leilão colocou a Girandola com uma base de licitação de 200 mil euros mas ninguém licitou. No mês passado, a marca voltou à praça por um preço base de 2000 euros mas a proposta mais alta foi de 1000 euros.

LOJA SEM COMPRADOR

Uma loja em Pombal com 100 metros quadrados, avaliada em 65,5 mil euros, foi licitada por 20 mil euros mas mesmo assim não apareceu comprador. Essa loja havia sido adquirida por mais de 100 mil euros.

Grande parte dos 178 trabalhado­res foi absorvida por outras empresas da região, enquanto outros, devido à idade, passaram à reforma, mas todos receberam os direitos do Fundo de Compensaçã­o Salarial. Os dois edifícios onde a Valindo laborava pertencem a uma entidade bancária que os tem tentado vender por 3,5 milhões de euros, sem sucesso.

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Marca era referência na moda infantil e possuía lojas pelo país

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