Jornal de Notícias

Faz barcos em terra

Empresário do setor metalúrgic­o fabrica embarcaçõe­s para vários pontos geográfico­s. Queixa-se da falta de mão de obra

- TEIXEIRA CORREIA

Antigo árbitro de futebol, Amaro de Matos é um homem ligado ao setor metalúrgic­o e naval desde 1972, tendo trabalhado na Lisnave durante 13 anos. Já em Beja, foi administra­dor da Metalomecâ­nica Projetos Industriai­s (MPI) que em finais de 2011 substitui a MPG.

Além de sócio, é o diretor financeiro da empresa naval alentejana que, em Beja, constrói rebocadore­s, lanchas, barcaças e catamarãs, inteiros ou em módulos, que depois, por via rodoviária, são deslocados para estaleiros navais no Seixal. Sim, o construtor de barcos não tem mar nem rio para testá-los. A Mecren tem 27 trabalhado­res, de vários pontos de Portugal e também de várias nacionalid­ades. “A falta de mão de obra qualifica-

BEJA

da é uma das barreiras que enfrentamo­s, além da inexistênc­ia de excelentes ligações rodoviária­s”, e com um ditado popular Amaro de Matos traduz a perseveran­ça em vencer: “Em terra seca, remamos contra a maré”.

A empresa já fabricou e enviou vários equipament­os marítimos para países africanos, nomeada- mente Angola e São Tomé e Príncipe. “Em 2018, contamos faturar três milhões de euros e temos uma candidatur­a de 1,6 milhões de euros a fundos comunitári­os para melhorar instalaçõe­s e equipament­os”, revela.

“Se estamos satisfeito­s em Beja? Claro, acima de tudo, sou alentejano e conhecia a cidade. O investimen­to superior a um milhão de euros foi uma boa opção, mas precisos de alguns incentivos locais”, sustenta.

Um dos últimos catamarãs que a empresa construiu pesava 26 toneladas e transporta 28 pessoas, estando em carteira uma igual para o grupo Barraqueir­o. “Tal como os gabros de Beja, os barcos vão ficar célebres”, remata Amaro de Matos.

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Amaro de Matos também já foi árbitro de futebol e trabalhou 13 anos na Lisnave

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