Jornal de Notícias

“Smartwatch­es” disparam mas telemóveis lideram receita

Mercado aguarda novo impulso com chegada da rede 5G

- Ana Marcela ana.marcela@dinheirovi­vo.pt

CONSUMO Os telemóveis ainda são o que os portuguese­s mais compram, mas a paixão por dispositiv­os pequenos e inteligent­es está a fazer a disparar a venda dos chamados “wearables”. Só no ano passado, este tipo de tecnologia, de que são exemplo os “smartwatch­es” (relógios inteligent­es), subiu 128% em vendas. Foram comprados mais 743 mil aparelhos de comunicaçã­o, num total de 5,6 milhões, segundo a consultora IDC.

O disparo nos wearables tem uma explicação simples. “É um mercado pouco maduro, onde vemos grandes investimen­tos das principais marcas”, diz Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal. Tem sido um segmento sempre a crescer, em particular os relógios inteligent­es.

“São a categoria com maior cresciment­o no valor de vendas desde 2017”, diz Inês Drummond Borges, diretora de marketing da Worten. “Antes considerad­o um produto de nicho, o smartwatch tem conquistad­o cada vez mais terreno, muito devido ao facto de ser um produto altamente versátil, que se transformo­u, mais do que uma extensão do telemóvel, num ‘life companion’ (companheir­o de vida)”.

Francisco Teixeira, responsáve­l da área de telecomuni­cações e entretenim­ento da MediaMarkt Iberia, fala mesmo em “cresciment­o exponencia­l dos wearables”. Uma procura que se tem refletido nas receitas. “São os únicos produtos que registaram cresciment­os de dois dígitos. Todos os outros tiveram taxas de cresciment­o de um dígito, em linha com o que aconteceu no resto da Europa”, refere Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuiç­ão (APED).

Os números finais do ano passado ainda não são conhecidos, mas, de julho de 2018 a junho de 2019, a venda de wearables gerou cerca de 23 milhões de euros de receita, um disparo de 78,8% face ao período homólogo, segundo os dados GFK fornecidos pela APED.

São os telemóveis que ainda movimentam mais vendas e receitas, embora já sem a animação de anos anteriores. Em 2019, os portuguese­s compraram mais 3,2 milhões de aparelhos, dos quais 2,7 milhões smartphone­s. Menos 1,1%. “Os novos modelos introduzid­os não apresentam grande disrupção e são apenas melhorias incrementa­is”, explica Gabriel Coimbra.

500 MILHÕES DE TELEMÓVEIS

Ainda assim, quando olhamos para os dispositiv­os eletrónico­s de comunicaçã­o, são os telemóveis que representa­m o maior volume não só em unidades, como receitas: mais de 494 milhões de euros (+2,7%) de julho de 2018/junho de 2019. Em receitas, o mais próximo só mesmo os computador­es portáteis: 252,8 milhões (+2,2%). Mas os PC de secretária subiram 8,1% as vendas, para mais de 147,9 mil unidades, “motivado pela renovação do parque empresaria­l, público e privado”, justifica Gabriel Coimbra.

“Os PC portáteis de design ultrafino são os que apresentam um preço médio mais alto, o que contribuiu para a segunda melhor taxa de cresciment­o no mercado, 3,1%”, diz Gonçalo Lobo Xavier.

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