Câmara e construtor do estádio trocam acusações
Soares da Costa aciona judicialmente sentenças que condenaram autarquia de Braga que, por sua vez, põe ação devido a deficiências na construção
A construtora Soares da Costa, o principal acionista do Consórcio ASSOC que construiu o estádio de Braga, vai acionar judicialmente as duas sentenças que condenaram a Câmara Municipal local a pagar uma verba que pode ir de seis a oito milhões, com juros, por “acréscimo de estaleiro e horas extraordinárias” na construção do estádio para o Euro 2004. Mas a Autarquia vai pôr, também, uma ação em Tribunal por incumprimento do contrato de construção, nomeadamente, devido a deficiências nas ancoragens da bancada poente do estádio.
Fonte ligada ao processo disse ao JN que a ação de execução das sentenças a interpor pelos empreiteiros visa “quantificar o dano” que o tribunal provou ter existido.
O presidente da Câmara,
Ricardo Rio, estranhou a iniciativa, já que estão em curso contactos com o consórcio, que envolve empresas bracarenses (Soares da Costa, Grupo Rodrigues e Névoa, Casais, DST, ABB e duas empresas que ficaram insolventes – Eusébios e J. Gomes).
O autarca adiantou que está concluído um relatório técnico sobre as ancoragens, elaborado por um perito, o qual aponta várias deficiências e permite que se avance para uma ação judicial indemnizatória.
Já o advogado que representa o Município, Fernando Barbosa, adiantou que compete ao consórcio indicar o valor da liquidação ao juiz, sendo provável que a Câmara venha a pedir a constituição de uma comissão de peritos para o quantificar. O que pode estender a resolução do caso até 2021.
O jurista adiantou que, ao longo do ano, vai preparar a ação judicial por incumprimento milhões pagou a Câmara em custos de construção do estádio, cuja estimativa inicial era de 65 milhões. milhões é a soma das sentenças relacionadas com trabalhos a mais, 2,4 vezes mais do que o estimado. mil euros é quanto o Município de Braga paga, por ano, pela manutenção do estádio.