Israel instala sistema para neutralizar túneis do Hezbollah
Dispositivo de defesa subterrâneo preparado para detetar qualquer ruído técnico ou acústico da milícia libanesa
Israel começou a instalar um novo sistema de defesa subterrâneo para neutralizar a escavação de túneis a partir do Líbano, depois de descobrir, nos últimos anos, várias daquelas infraestruturas transfronteiriças da milícia libanesa Hezbollah.
A agência de notícias espanhola EFE revelou que o plano do Exército, mesmo na sua primeira fase de desenvolvimento, “é detetar qualquer ruído técnico ou acústico” que indique possíveis escavações ou “atividade subterrânea” na zona onde em dezembro de 2018 se iniciou a operação “Escudo do Norte”, para neutralizar seis túneis que aquele grupo xiita tinha escavado desde o Líbano.
“Não estamos a construir um muro, mas, sim, a perfurar o solo”, explicou o porta-voz militar, tenente-coronel Jonathan Conricus, durante uma conferência por telefone com jornalistas, na qual garantiu que o novo sistema está a ser instalado sem a ocorrência, recentemente, de qualquer incidente nem com a descoberta de mais “túneis de ataque transfronteiriços”.
O oficial destacou que o mecanismo, integrado por “sensores tecnológicos”, é colocado num ponto específico da fronteira, sublinhando que todas as obras serão realizadas no “lado da fronteira de Israel”.
“A infraestrutura baseia-se numa tecnologia única, projetada para se adaptar às características da terra”, explicou o Exército, em comunicado.
Nos próximos meses, vão ser implantados noutros pontos ao largo da Linha Azul, uma demarcação que separa Israel do Líbano, na qual se encontra a Força de Paz das Nações Unidas no Líbano, que monitoriza a situação na região após a guerra de 2006.
DEMOLIÇÕES
Entretanto, o Ir Amim, um grupo israelita de advocacia, divulgou um relatório em que refere que as autoridades israelitas demoliram, no ano passado, casas nas áreas palestinianas de Jerusalém Leste a um ritmo significativamente mais elevado em comparação com 2018.
O Ir Amim indica que, em 2019, foram demolidas 104 habitações, em comparação com as 72 destruídas em 2018. Este aumento, de 44%, interrompeu o declínio nas demolições que se verificou entre 2016 e 2018.