Jogar muito e bem
No final do último jogo com o Tondela, Carlos Carvalhal recordou que não há equipa que tenha jogado tanto em tão pouco tempo como Braga. O treinador bracarense assumiu que o assunto tem sido recorrente nas suas conferências de imprensa e acabou por desabafar: “Um dia, hão-de entender-me”. E nós entendemos.
Por muito comum que seja ver as grandes equipas europeias jogar duas vezes na mesma semana, a verdade é que Carlos Carvalhal tem razão. Entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro, o Braga fez oito jogos consecutivos com 72 horas (ou menos) de descanso entre cada um deles. Esta sequência de jogos num intervalo tão curto é inédita no futebol europeu ao longo dos últimos 20 anos e demonstra bem a pressão competitiva a que o Braga está sujeito. Uma pressão que continua nas próximas semanas com os jogos da Liga, da Taça de Portugal e da Liga Europa no calendário (Roma, Nacional, Porto e V. Guimarães até à primeira semana de Março).
O assunto não é novo e ilustra os problemas crónicos de planeamento das provas desportivas pelas instituições nacionais em prejuízo da competitividade das equipas no plano internacional. É com o desgaste desta série brutal nas pernas que o Braga se apresentará quinta-feira no Estádio Olímpico de Roma para defrontar a equipa de Paulo Fonseca. Apesar de todas as contrariedades, ultrapassar a eliminatória será muito difícil mas não é impossível. O bom futebol praticado contra o Tondela enche-nos de esperança para inverter o resultado desfavorável da última semana. Apesar de jogarmos muito, continuamos a jogar bem.
A jogar direto e bonito, a equipa do Braga contra o Tondela voltou a brindar os adeptos com o perfurme do bom futebol. Al Musrati, Galeno e João Novais deram nas vistas num jogo em que apetece destacar toda a equipa.
O estado de abandono e degradação a que a Câmara Municipal de Braga e o Estado Português deixaram chegar o Estádio 1º de Maio. Este palco mítico onde aprendi a gostar de futebol merecia melhor cuidado e manutenção.