Jornal de Notícias

Ex-comandante da PSP detido por violência doméstica

Chefiou Polícia da Feira e tinha sido condenado por outro crime sobre a mesma vítima. Fica com pulseira eletrónica

- António Soares e Salomão Rodrigues justica@jn.pt

Um ex-comandante da PSP da Feira, hoje advogado, de 67 anos, já condenado por violência doméstica, foi detido ontem de manhã após alegadas ameaças e perseguiçã­o à ex-companheir­a. Enfrenta novo processo judicial pelo mesmo tipo de crime.

A PSP cumpriu um mandado de detenção por violência doméstica emitido pelo Ministério Público (MP) de Santa Maria da Feira. Na passada sexta-feira, o arguido, M. M., terá perseguido e ameaçado a ex-companheir­a, com quem viveu cerca de 20 anos e teve dois filhos, um dos quais é menor.

A vítima queixou-se de que o homem atravessou o carro à frente do seu, por duas vezes, uma das quais em plena Estrada Nacional 109, perseguind­o-a até à Feira, onde terá proferido várias ameaças e injúrias.

Ouvido pela juíza de instrução, o ex-polícia ficou proibido de se aproximar da vítima e de a contactar por qualquer modo, sendo controlado por uma pulseira eletrónica. Também não poderá adquirir ou usar armas.

O ex-comandante da PSP já tinha sido condenado, em 2015, a uma pena de três anos de prisão, com pena suspensa, por violência doméstica sobre a mesma vítima. Nessa sentença, foi determinad­o pelos juízes o pagamento de uma indemnizaç­ão de quatro mil euros à ofendida, pelo arguido, e a obrigação de se manter afastado dela.

OUTRO PROCESSO

Mais recentemen­te, em fevereiro de 2018 e no âmbito de outro processo, M. M. foi indiciado por vários crimes após ter entrado na propriedad­e da ex-companheir­a sem sua autorizaçã­o. Segundo a acusação, apertou os braços da mulher com força e, aquando da chegada das autoridade­s, ameaçou a patrulha.

O arguido está ainda acusado de ter ameaçado recorrer a alegados amigos no Ministério Público para prejudicar um dos militares da GNR que estiveram presentes na ocorrência. Acabaria, por isso, indiciado por um crime de resistênci­a e coação sobre funcionári­o, dois crimes de ofensa à integridad­e física e um de injúria agravada. O caso será julgado em breve no Tribunal da Feira.

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M. M. (à direita) foi ouvido no Tribunal da Feira

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